quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

FAZENDA ALIANÇA


FAZENDA ALIANÇA
Por: Marinelton Cruz


História
Em 1884 Manoel Braga Ribeiro da Cruz, Filho Único de do senhor de engenho, José Ribeiro da Cruz proprietário da Fazenda São Tomé (Ribeiro 2008). Aos 22 anos Manoel Braga iniciou o processo de transformação de uma iniciativa pioneira no Maranhão, que veio a se tornar uma das mais prósperas indústrias da cana de açúcar no Brasil durante o período entre 1886 a 1965.
O Coronel “Manduca Ribeiro” como Viera a se chamar popularmente, conduziu com grande habilidade a transformação de um engenho rústico da sua propriedade em um sofisticado sistema industrial, movida a vapor onde incluiu inclusive a mudança do curso de um afluente do rio Uru-Mirim, fazendo com que este fosse desviado de seu curso normal a braço de homem, por mais de dois quilômetros por dentro da propriedade para dar vazão à força d água que gerou a energia necessária para dar rotação as maquinas do engenho movidas a vapor, durante o processo de escavação do rio: o Coronel comandou o aprofundamento do mesmo na região que este encontra-se com o manguezal para fazer um porto que serviu por quase um século para escoar não os produtos da fazenda aliança, e o que era produzido nas propriedades das imediações.
O Coronel também se dedicava ao comercio na região, beneficia-se escoando a produção local e introduzia gêneros e outros bens das necessidades dos habitantes do Município no seu tempo; chegando a ser o maior e mais prospero comerciante de Cururupu, que inclusive, era responsável pela introdução dos produtos como; fundos de chapa de ferro para fornos de torrar farinha, ferramentas, utensílios e bens domésticos duráveis, assim como o Gado e cavalos.
A capacidade tecnológica implantada na Fazenda Aliança por “Manduca Ribeiro” para a produção de derivados da cana de açúcar como: o açúcar mascavo e a cachaça ALIANÇA, esta ultima que alcançou o  mercado externo, trouxeram o seu reconhecimento nacional na imprensa maranhense;
“ O  Município de Cururupu, no litoral Norte, e o maior produtor de açúcar em todo estado do maranhão, por esta ali situada a vasta e mais bem aparelhada fabrica do importante produto, em terras maranhenses. Trata-se da Usina Aliança uma realização de iniciativa privada, que é um orgulho para o maranhão, e que produz açúcar de qualidade superior, capaz de rivalizar com o melhor que se fabrica em todo o pais”. ( Álbum do Maranhão, 1951, In Ribeiro 2008)

SANTA LUZIA                   
Tinha por tradição o Coronel Manoel Ribeiro da Cruz (Manduca Ribeiro)
Não fazer uso da mão de obra produtiva nos dias de Santa Luzia (13 de Dezembro) na Fazenda Aliança. Certa vez Manduca Ribeiro viajou para São Luis e seu capataz autorizou o trabalho oficial no dia de Santa Luzia: neste dia aconteceu um acidente com explosão de uma caldeira que matou cinco pessoas e feriu mais de uma dezena.
Diz a Lenda que a partir daí começou o declínio da fazenda. Um fato Curioso que passou a ocorrer no local depois desta fatalidade, foi que a morte começou a acontecer em serie na comunidade de Aliança: quando morria um sempre vinha outras mortes em seguida.
 Em 1924 existia um regime de trabalho infantil que pagava dez tostões por meio dia de trabalho para cada criança. No restante do dia a criançada estudava na escola da comunidade, mantida com recursos do coronel Manduca Ribeiro. A educação infantil era  obrigatória.
O coronel começou construindo sua fortuna nas terás que herdará no Município de Cururupu.
O Coronel Manduca Ribeiro foi pioneiro na construção de  prédios no centro da cidade, como  exemplo temos a atual casa paroquial e as construções   e algumas casas de seu entorno.
Em seguida este se transferiu para as margens do,rio Baia no local da atual ruína da casa grande da  Fazenda Aliança, de lá o Coronel passou a administrar todo a região que é na atualidade o Município de Cururupu.
Odorico Almeida foi o Capataz do Curral Grande Da Fazenda: Paulo Avelar e João Zeca, eram os encarregados da Loja grande que distribuía  gêneros para Cururupu e Mercados adjacentes. Manduca mantinha o mercado inclusive com Animais, que eram trazidos de outras praças como Parnaíba São Luis, Para e outros mais distante.

O MACACO DE FERRO.
Havia por volta de 1930 na Fazenda Aliança uma inovação tecnológica  representada por um Robô de ferro em forma de macaco, que funcionava num corredor de trilho carregando lenha para dentro da fornalha da caldeira, o macaco leva braçadas de lenha e também qualquer coisa que estivesse ao alcance de seus braços.
Contam os moradores mais antigos, que certa vez um boi velho que não era mais utilizado nos serviços de carga da Fazenda, o mesmo costuma pastar solto pela arredores dos engenho: um dia passava pela frente do monte de madeira no momento em que o Robô ia pegar uma braçada; o robô  abraçou o boi, levando-o e o lançando  vivo na enorme caldeira.