terça-feira, 27 de novembro de 2012

COSTA AMAZÔNICA MARANHENSE


COSTA AMAZÔNICA DO MARANHÃO
Texto e fotografias: Marinelton Cruz

Localizado no litoral norte do Brasil, o Maranhão ocupa uma área de 333.365,6 Km², limitando-se ao norte com o oceano atlântico, com trecho costeiro que atinge uma extensão de 640 km. A planície litorânea é formada por baixadas alagadiças, tabuleiros e praias, destacando-se grandes extensões de dunas, com um litoral bastante recortado. As dunas ocorrem no litoral e avançam em direção ao continente até uma distância de 50 km da costa. Ao longo da extensão do litoral maranhense surgem características físicas particulares, o que permite uma subdivisão: Litoral Ocidental, Golfão Maranhense e Litoral Oriental. 

O Litoral Ocidental possui 300 km de extensão, a partir do lado norte do Golfão Maranhense, nas imediações da Baía de São Marcos, ao largo do município de Alcântara, até a foz do rio Gurupi, no município de Carutapera. Nesse território está localizada a Área de Proteção Ambiental - APA das Reentrâncias Maranhenses, de acordo com o Decreto Estadual nº 901, de 11/06/91, reeditado em 09/10/91, que abrange área de 2.680.911,20 ha; toda essa região integra a Amazônia Legal Maranhense.


Maranhão possui a maior concentração de manguezais (em torno de 50%) do país. O Litoral, principalmente a parte ocidental; detém a maior quantidade de baías, estuários, penínsulas, ilhas e arquipélagos costeiros, formando a costa amazônica maranhense. É a região litorânea do Maranhão que apresenta o ecossistema marinho mais preservado do país.


A espetacular Costa Amazônica Maranhense esta localizada entre a Baía de Tubarão a foz do Rio Gurupi na divisa do Maranhão com o Pará, compreende o Golfão Maranhense (onde está a Baía de Tubarão, Região do Munim, a Ilha de São Luís, Alcântara e a Baía de Cumã) e o litoral ocidental. No litoral ocidental, a oeste de São Luís e logo após Alcântara se estendem as  Reentrâncias Maranhenses que abrigam o Pólo Ecoturístico da Floresta dos Guarás e o Pólo Amazônia Maranhense.
 Esta parte do litoral abriga a quinta Zona  Úmidas de Relevância Planetária (RAMSAR) e da Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, O Farol de São João; o segundo em importância para a navegação brasileira, a lendária Ilha dos Lençóis; morada definitiva da  encantaria Sebastianista no Maranhão e o parcel de Mané Luis  que  em 1991 foi transformado no primeiro parque estadual marinho do Brasil. O   Parcel de Manuel Luís é um conjunto de formações rochosas submersas, com cerca de  mais de 18 km de extensão por 6 km de largura, é considerado o maior banco de corais da América do Sul.


O Estado do Maranhão já foi o maior produtor de pescado do nordeste brasileiro. Estudos atuais apontam para a alta produção primária, que é sustentada por uma vasta e rasa plataforma continental, com uma das maiores marés do Brasil. Uma grande quantidade de materiais  nutrientes trazidos pelas descargas dos rios, fornecem as condições necessárias à existência daquele ecossistema: os viveiros nos refúgios naturais são responsáveis pela permanência de inúmeras espécies marinhas na região da costa amazônica maranhense.  O grau de salinidade é apontado como outro fator importante neste conjunto.

Nas inúmeras ilhas que se estendem rumo ao oceano e no continente, habitam pescadores, que resistem na pratica artesanal da pesca; formando comunidades tradicionais em meio a grandiosa diversidade biológica e ambiental da região.
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A produção em escala industrial da pesca é inexistente, no entanto as condições naturais para a sua realização são bastante favoráveis caso seja investido na formação adequada de aquaviários e na renovação da frota pesqueira, de forma a que o pescador maranhense possa acessar os peixes demersais da rica costa norte brasileira. A  maricultura, como a carcinicultura  é outra opção que merece ser implementada  como modelo de desenvolvimento e sustentabilidade.