quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

A organização primitiva da pesca artesanal no Maranhão

Produção primitiva em Maiaú¹
Texto extraído da Pesquisa Maiaú
De: Marinelton dos Santos Cruz

As condições básicas e fundamentais do trabalho produtivo no arquipélago estão sedimentadas, prioritariamente, nas relações subordinadas à pequena propriedade privada dos trabalhadores locais e na propriedade coletiva dos recursos naturais, semelhantes àquelas condições estabelecidas pela antiga propriedade coletiva da terra.
Para Marx, estes trabalhadores são proprietários, mas obedecendo à seguinte situação:
Armadilha "MUNZUÁ"

“Sem condições de produzir riqueza como um fim em si” (MARX,
1857 / 1858).
O trabalho produtivo de uma parcela dos pescadores artesanais tem como base fundamental o valor de uso como elemento particular da reprodução comunitária, ou seja, visa apenas à garantia da reprodução do pescador e sua comunidade, ou seja, a produção está sempre voltada para o consumo doméstico comunitário. A produção é baseada no valor de troca e a comunidade se orienta a partir da utilização desse valor, visando suprir as necessidades básicas de sua existência.
Casa de pescador artesanal de subsistência

 Podemos analisar, ainda, que os pescadores artesanais de subsistência, em Maiaú, estão subordinados às relações econômicas que os torna impossibilitados de adquirir excedente como forma de acúmulo de bens, necessário para a produção de riqueza financeira, ou seja, será impossível para este produtor, baseado neste sistema específico, transformar sua produção em mercadoria capaz de conter valor acumulativo  para transformá-lo em possuidor de riqueza, de forma que este ascenda socialmente dentro das condições da sociedade capitalista e assim também se tornar senhor explorador, possuidor de capital.
A  rudimentar embarcação do Pescador artesanal

Parece que é esta relação que Marx considera ao analisar a coletiva propriedade primitiva da terra, quando afirma:
‘’O ponto chave sobre a questão é que em todas estas formas, nas quais a propriedade da terra e a agricultura constituem a base da ordem econômica e, consequentemente, o objetivo econômico, é a produção de valores de uso, isto é, a reprodução dos indivíduos em determinadas relações com sua comunidade” (MARX, 1857 / 1858).
Os meios que mantiveram nas relações primitivas do trabalho os pescadores artesanais das comunidades do arquipélago de Maiaú tiveram sua origem no isolamento das mesmas em alto mar, com dificuldades de transportes adequados para suprir as necessidades que poderiam promover um desenvolvimento relativo dos moradores. Portanto, as comunidades foram forçadas a permanecer durante muito tempo nas relações da subsistência doméstica. Isto identifica uma das condições que mantém a relação de produção, que obriga o pescador a permanecer sem as condições tecnológicas capazes de alavancar um desenvolvimento econômico dentro dos padrões relativos a outras comunidades continentais próximas da área litorânea em foco.
O produto

A ordem primitiva do sistema comunal se estabelece como condição obrigatória para que estes pescadores possam usufruir o direito de propriedade privada do próprio trabalho, dos instrumentos de produção, da propriedade coletiva do meio ambiente e das condições naturais responsáveis pelo êxito da produção. Estes elementos formaram um substrato essencial para que os trabalhadores artesanais construíssem os fundamentos consuetudinários da tradição local. E assim, inseridos na ordem social que mantém os indivíduos tradicionalmente como trabalhadores que subsistem em um sistema social que ainda não ultrapassou o modo de produção de caráter primitivo, as comunidades sobrevivem. Estes indivíduos apenas conquistaram as condições básicas do processo evolutivo na escala do desenvolvimento social que antecede o sistema econômico da sociedade capitalista.
Para Marx, estes trabalhadores se constituem em certo momento como: 

 A Armadilha "CURRAL"

“Conquistadores das condições vitais inerentes às condições evolutivas na constituição do trabalho modificador do ser, transformando-o em ser social individual capaz de se manter por meio do trabalho na escala evolutiva como senhor proprietário de suas capacidades” (MARX, 1857 / 1858).
 Esta análise de Marx se encaixa na realidade socioeconômica dos pescadores artesanais de subsistência em Maiaú, já que este específico modo de produção está quase estruturado no antigo modo de produção comunal tribal, baseado no modelo da caça e da coleta.

O farol de São JoãoLocaliza-se na Ilha Maiaú, no Município de Cururupu, nas Coordenadas Latitude 01º16"88 S e Longitude 44º55"18 W, e é formado por uma torre cilíndrica de concreto armado com 30 metros de altura, com faixas horizontais brancas e pretas. Possui alcance luminoso de 20 milhas(aproximadamente 40 quilômetros) e alcance geográfico de 17 milhas (aproximadamente 34 quilômetros).
 A produção de pescado, a partir da captura baseada na experiência, transmitida de forma empírica de geração a geração, e utilizando-se de meios rústicos no arquipélago de Maiaú, pressupõe uma pratica milenar; que mantém o pescador artesanal em interação constante com o meio ambiente marinho, atuando em regime heterogêneo e experimental (pois a cada pescaria aparece um conteúdo novo, hipotético ou pragmático, mesmo sendo estas empreitadas realizadas num mesmo lugar). A ausência da utilização de tecnologias orientadoras na localização precisa dos cardumes conduz os pescadores artesanais, a cada jornada de trabalho, para uma nova expectativa, seguindo a lógica de localização instintiva da caça; a interação do indivíduo com o habitat se transforma em condição primordial para o sucesso das tarefas produtivas.
A Ilha MAIAÚ


1 MAIAÚ: “Maiaú era criança de Matakula e de Kaituloa. Infelizmente Maiaú  não teve  nenhuma criança”
(tuvalufamili@yahoo.com.au). A denominação tem origem no nome da maior e principal ilha do arquipélago, onde fica situada a comunidade de Bate-Vento e o Farol de São João, entre os rasgados da Aliança e o furo do Meio, no litoral ocidental do Maranhão, na região do município de Cururupu. Na segunda metade do século XVIII, a Marinha do Brasil denominou o local de Ilha de São João, aonde chegaram  em viagem de reconhecimento; pretendiam  instalar ali um farol sinalizador que servisse para orientar as embarcações que viajavam no sentido Maranhão-Pará, e vice-versa. Em 1884, ali inauguraram o sinalizador batizado como Farol de São João. Tempos depois, floresceu  na Ilha a comunidade  denominada Bate-Vento.

Contaram os moradores da comunidade de Bate-Vento que certo senhor,  de nome Maiaú, morou  na comunidade  mais para o centro da ilha, permanecendo  isolado da comunidade . Maiaú  viveu  muitos anos, de hábitos estranhos, se tornou a figura folclórica do lugar, até que faleceu; este fato deu origem  a  mudança do nome  da ilha em  homenagem ao falecido “Maiaú”.

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

O Contexto do sistema de uso privado do espaço geográfico marinho no Litoral do Maranhão


De: Marinelton dos Santos Cruz
 O Contexto do sistema de uso privado do espaço geográfico marinho no Litoral do Maranhão
 CURRAL, MURUADA, LANCES DE ZANGARIAS, FUZARCAS E
ESTACADAS DIVERSAS

As modalidades que possibilitam a utilização do modo privado do espaço geográfico marinho na realização da captura estão relacionadas exclusivamente na categoria de modalidade artesanal.
 A possível posse temporária do espaço do meio físico na costa do Maranhão pelos pescadores artesanais e empresários de pesca tem origem na tradicional conquista do pesqueiro por aquele que primeiro explorou o lugar, e está definida de acordo com as modalidades que por si oferecem as condições que possibilitam a efetivação do direito de uso exclusivo.
 Para que um ou mais pescadores possam garantir o uso privado de determinado lugar para desenvolver uma determinada modalidade de pesca será preciso que este esteja de posse, primeiramente, do conhecimento que o levará a requerer o lugar como propriedade para si; isto significa que estes pescadores, além de terem descoberto o pesqueiro e de associar este com a modalidade precisa para o fim almejado, deverão explorar o lugar e, imediatamente, demarcá-lo, segundo as características da modalidade previamente definida.
As modalidades que garantem o uso fixo de determinado pesqueiro são constituídas exclusivamente por armadilhas, fixadas no lugar por meio de estacadas1 feitas com pau de mangue ou de outra madeira que porventura venha a ser utilizada. As armadilhas mais conhecidas são as muruadas, para a captura de camarão, as zangarias para capturar peixe e camarão, a fuzarca, para capturar camarão, o curral, usado para capturar peixes, e as estacadas de malhadeiras.
 Este sistema se constitui a partir da experiência de determinado pescador que, peregrinando pelos canais, croas, beiradas e igarapés, acaba descobrindo pastagens de cardumes, ou passagem obrigatória de peixes, devido às fortes correntes. A partir da descoberta, o pescador demarca o local e, daí em diante, começa a pescar regularmente. Sua marcação consiste em fixar estacas (paus) na forma do lance a ser utilizado; por conveniência, é respeitado também parte do entorno da armadilha, como forma de não atrapalhar o bom desempenho da pescaria. Se houver desrespeito por parte de outrem, haverá a reivindicação da regulamentação de imediato, o que é resolvido entre as partes litigantes no próprio local do pesqueiro.


 A garantia de uso privado do local determinado fica estabelecida pela demarcação e, mesmo que o proprietário não esteja utilizando o espaço em determinado horário, sua propriedade é respeitada enquanto durar a estacada (a tradição confirma a garantia da propriedade enquanto durar a estacada, que será sempre renovada). Quando o local demarcado é abandonado, persiste o domínio do proprietário por, pelo menos, seis meses depois que os paus da estacada caírem.


1 ESTACADAS: consistem em utilização de paus que recebem o nome de “estacas” , que servem para demarcar e sinalizar o local de fixação de alguma modalidade da pesca artesanal de subsistência ou comercial. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

O MUNICÍPIO DE GUIMARÃES

MUNICÍPIO DE GUIMARÃES: Maranhão/Brasil
Texto e Fotografias: marinelton cruz
Guimarães é um município brasileiro do Estado do Maranhão, Localiza-se a uma Latitude 02º07’59” sul e a uma Longitude 44º36’04” oeste, estando a uma altitude de 41 metros. Sua população é de 12 387 habitantes (Censo 2007). Possui uma área de 598,796 km².
Histórico

Praça dos sagrados Corações: ao fundo o atual fórum; antiga casa de câmara e cadeia

Fachada da antiga casa de Câmara e cadeia

A colonização do município começou no final do século XVI, quando foi construído um forte na Baía de Cumã para vigiar o possível movimento de invasores em direção a Alcântara Ou São Luis. João Teófilo de Barros, que parece ter sido dos primeiros habitantes da região, servindo-se da ajuda de silvícolas, montou a Fazenda  Guarapiranga, e em seus domínios, olarias e foros para o fabrico de farinha;  tempos  depois após seu falecimento a deixou de Herança a seu único Filho o mestiço José Bruno de Barros que em 1755 que já havia se deslocado mais para o centro da sesmaria onde fundou a fazenda da Juçara,em ato de doação passou a Fazenda de Guarapiranga onde hoje situa-se a Cidade de Guimarães em 1758 para os domínios da coroa portuguesa.
Igreja de São José

Doada à Coroa, no decurso de 1758, sua fazenda de Guarapiranga foi o ponto inicial do atual Município de Guimarães. Já no ano seguinte, era fundada a vila, sob a denominação de São José de Guimarães e logo incorporada à comarca de São Luís do Maranhão.
Atraídos pela abundância de peixes, grande leva de estrangeiros, principalmente portugueses, chegou à nova povoação. Fundaram estabelecimentos agrícolas para o plantio de mandioca e cana-de-açúcar e iniciaram a fabricação de cal, usando crustáceos como matéria-prima.
São José: padroeiro de Guimarães

Esta vila é uma das maiores do Estado e com tantos moradores que forma uma companhia

 de auxiliares de oitenta praças" - escreveu Joaquim de Melo e Povoas ao governador em

 1766. E Antônio Corrêa Furtado de Mendonça, procurador-geral dos índios, trinta anos dep


Monumento na praça dos Sagrados Corações
ois asseverava: "A vila de Guimarães do

Cumã desta capitania pode servir de 

exemplar que é a única vila de índios que se

 acha em grande adiantamento, na qual já se


Devoção à São José
acham muitos índios com bens e 

possuidores de escravos."

Somente em 1838, porém, é que se instalou

 a primeira escola, e em 1847, a Agência Postal.

Segundo o quadro administrativo vigente em 31 de dezembro de 1955, Guimarães compõe-

se de 3 distritos: Guimarães, Mirinzal e Muiraneu.

Formação Administrativa
Casa Dias Vieira

Distrito criado com a denominação de Guimarães, pela provisão de 23-03-1758.
Elevado à categoria de município com a denominação de Guimarães, pela lei provincial nº 7, de 29-04-1835. Sede na Vila de Guimarães.

Em divisão administrativa referente ao ano 

de 1911, a Vila é constituída do distrito sede.

Elevado à condição de cidade com a 

denominação de Guimarães, pela lei 

estadual nº 885, de 26-02-1920.

Em divisão administrativa referente ao ano 

de 1933, o município é constituído do distrito

 sede.

Assim permanecendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.

Pela lei estadual nº 269, de 31-12-1948, são criado os distritos de Mirinzal e Mairaneu e

 anexado ao município de Guimarães.

Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: 

Guimarães, Mirinzal e Muiraneu.
Casa Paroquial

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-VII-1960.

Pela lei estadual nº 2175, de 26-12-1961, desmembra do município de Guimarães o distrito

de Mirinzal. Elevado à categoria de município.

Em divisão territorial datada de 31-XII-1963, o município é constituído de 2 distritos:

Guimarães e Muiraneu.
Pela lei estadual nº 2378, de 09-06-1964, desmembra do município de Guimarães o distrito

 de Muiraneu. Elevado à categoria de município com a denominação de Cedral.

Em divisão territorial datada de 1-I-1978, o município é constituído do distrito sede.

Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Gentílico: vimaranense
Fonte: Biblioteca IBGE

Fundação: 19 de janeiro de 1758
Altitude:41 metros
População: 12.878 habitantes (IBGE)
Número de eleitores: 9.081 (Eleitorado de 2006)
Área: 616,6 km²
Densidade demográfica: 20,89 hab/km²
Coordenadas Geográficas: 02º07’57” Lat. S e 44º36’04” Long. W (Pirâmide)
Posição distante da Capital rumo N.N.O em linha reta: 54 km
Clima: quente e úmido, com chuvas de dezembro a julho
Criança Vimarense


Gentílico: Chama-se quem nasce no Município de Guimarães, vimaranense, vimarense ou guimarantino. Os dicionários Aurélio, Barsa e Houaiss não registram o gentílico "vimarense", o termo mais popular.
O musico tradicional  Sr. Valdir: Personalidasde Vimarense
Segundo o Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa, da Enciclopédia Barsa, o verbete “vimaranense” significa “relativo a Guimarães, cidade e município do Maranhão. Pessoa natural desse município”.
Um Quilombola do povoado  Puca
De conformidade com Érico Veríssimo (Solo de Clarineta, vol II, pág. 178) a denominação “Guimarães originou-se do germânico
 wimara, de onde resultou Guimara (cavaleiro combatente).
Outra Personalidade
A palavra
 vimaranis é conhecida na Europa desde 1258, e, com o tempo, aportuguesadamente Guimaraens e, ainda, Guimarães.
Localização
Porto de Guarapiranga
O Município de Guimarães possui 598,8 Km²  ocupando a 156° posição em relação a extensão no Estado; esta localizado no Litoral Ocidental do Maranhão fazendo parte da Mesorregião Norte Maranhense- Microrregião Geográfica do Litoral Ocidental Maranhense – Região da Costa Amazônica do Maranhão.
Limita-se ao Norte com o Município de Cedral, a oeste com os Municípios de Mirinzal e Central do Maranhão, ao sul com Central do Maranhão e Bequimão a Lester com o Município de Alcântara e o Oceano Atlântico.
Educação
Em 2010 o município matriculou 2.310 alunos e na rede Estadual 1.270, totalizando 3.580 alunos. A maioria das Escolas Municipais estão localizadas na zona rural do num total de 29 escolas e três na zona urbana. As escolas estaduais são sete ,sendo 3 na zona urbana e 4 quatro na zona rural.
Os alunos matriculados estão distribuídos em creches, pré escolas e escolas de ensino fundamental, todas no âmbito da educação municipal; na educação estadual estão os estabelecimentos que atendem ao ensino médio e a EJA.
O corpo docente corresponde a 172 professores que atuam na educação municipal , nos turnos matutino e vespertino, e 104 na rede estadual nos turnos matutino, vespertino e noturno.  Exi8ste transporte escolar para os alunos da educação municipal e estadual, assim como a distribuição de material escolar. Fardamento é distribuído para os alunos da rede municipal em algumas escolas existem laboratórios de informática e bibliotecas.
No município há ensino superior ministrados pelos cursos de pedagogia da Universidade Estadual do Maranhão- UEMA--, Ciências Naturais e Exatas, Filosofia, e educação física pela Universidade Federal do Maranhão- UFMA, Biologia, Matemática e Química pelo IFMA.
Ambiente Físico
A geologia do município é na sua maior parte de formação Itapecuru arenitos finos , avermelhados e róseos, cinza argilosa, geralmente com estratificação horizontal; na parte Nordeste, próximo ao litoral aluviões marinhos cujos depósitos recentes são constituídos por cascalhos, areias e argila consolidadas.
Vestigios Pré Histórico
Quanto a geomorfologia esta enquadrada no litoral em rias que afogadas foram convertidas em planícies aluviais, e são emolduradas extremamente por pontões lodosos e Ilhas que se formaram pela ação das marés. A parte externa é representada principalmente, pelas planícies de mangue e por tabuleiros de sedimentos intemperizados/ laterizados da formação barreiras e planície de mangue.
Exuberante Manguezal
Nos solos estão presentes latossolos amarelos, dominantes no município. São solos profundos e muito profundo, bem drenados, com textura variando de média a muito argilosa. São ácidos, porosos, friáveis, de cores variando do amarelo ao vermelho e solos indiscriminados de mangue; são solos mal drenados, com alto conteúdo em sais minerais provenientes da água do mar e do composto de enxofre com textura variando desde argilosa até arenosa ao longo da faixa costeira.
Diversidade nas espécies de peixes
O clima é tropical úmido, com dois períodos – Chuvosa de Janeiro Junho e estiagem de Julho a Dezembro e apresenta moderada deficiência hídrica entre os meses de Julho a Setembro.A temperatura media anual é sempre superior a 18ºc, sendo que a soma da evapotranspiração potencial, nos três meses mais quentes do ano é inferior  a 48%. A umidade relativa do ar anual é sempre superior a 82%. Em relação aos totais pluviométricos,apresentam entre 2000 e 2400 mm anuais, com temperatura média anual superior a  27ºC.
A cobertura vegetal primitiva era de mata tropical, que devido a sucessivos desmatamentos se apresenta atualmente, como mata secundaria formada principalmente pela mata de cocais. A margem dos rios está a mata ciliar e ao longo do curso inferior e na orla marítima com vegetação que ocupa normalmente ambiente salinos e salobros, instalando-se nas áreas que sofrem influencia das marés.
Em relação aos recursos hídricos o município faz parte  das bacias hidrográficas do Rio Pericumã e Gepuba com afluente  Arapiranga, guarapiranga, Nazaré, Siribeira, Grande e Bizal.
O Município encontra-se encravado nas reentrâncias e Baixada Ocidental Maranhense, é parte integrante da Costa Amazônica do Maranhão.
Espaço Urbano
Linda praça no Centro da Cidade
O espaço urbano do município é composto por 73 ruas. 
a maioria das ruas encontram-se calçadas com pedra e cimento o ameniza o calor nas ruas em dias ensolarados enquanto 06 estão asfaltadas
Patrimônio arquitetônico
Casarios da arquitetura colonial
O município de Guimarães representa com sua arquitetura um vasto patrimônio colonial na região das reentrâncias maranhense, o segundo município mais antigo tem um conjunto de prédios no centro da cidade muito bem conservados mostrando a tradição da construção civil colonial portuguesa. As ruínas de pedras presentes nas diversas partes da cidade, nos alicerces de prédio como a sede do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais e próximas da Praça da Matriz juntamente com a conjunto de prédios como a Casa de Câmara e Cadeia a Igreja de São Jose fundada no inicio do século XVIII pelo primeiro proprietário da Fazenda Guarapiranga João Teófilo de Barros, o Edifício José Bruno de Barros, (Grêmio Cultural vimarenses Fundado em 1959)  casa Dias Vieira, Casa Paroquial, dentre outros monumentos particulares distribuídos pelo centro da Cidade.
Espaço Rural
O espaço rural esta distribuído nas seguintes comunidades: Sítios: Andirobal,Baiacu-Mirim,Baixa grande,Barreiro,Bela Alegria, Bitiua,Bolivia II, Cachoeira,capa, Capitiua,Caputera,Caranguejo, Creolina,Egito,Encontro,Engenho, Entre Rios, Ferreira,França, Guadalupe, Itapecuru,Itapéua,Itapiranga, Janão,Jandiritiua,Jenipapo, Jerico, Marmorana,Mirinzal Meritiba, Monte Alegre, Nazaré, Nova Estrela ,Paquetá,Peri de Caxias, Peri de Goulart,, Peri do meio, Pindobal,Ponta do Camassaú,Porto das cabeceiras,Porto de Baixo, porto das cabeceiras, Porto do Coroatá,Porto do Macajubal, Porto do Rosario, Porto do Tupinambá, Primavera, Recanto, Recreio II,Respira,Rio da Prata, Salinas,Santa Catarina,Santa Cruz,Santa Luzia,Santa Rita dos Cardosos,, Santa Vitoria, São Benedito,São João, São José , São Pedro, São Vicente, Sertão, Siribeira, Sumidouro, e Zaranza.
Povoados: Biacu-Açu, Boa esperança, Cajá Bom, Carapira, Caratiua,Ceará, cumom, Damasio guajerutiua,Guarimandiua, Jenipauba,Jepuba, Lago do Sapateiro, Maçarico,Pareaua, Ponta do Aruoca, Prata , Puca,Santo Antonio e Vila Nova.


terça-feira, 27 de novembro de 2012

COSTA AMAZÔNICA MARANHENSE


COSTA AMAZÔNICA DO MARANHÃO
Texto e fotografias: Marinelton Cruz

Localizado no litoral norte do Brasil, o Maranhão ocupa uma área de 333.365,6 Km², limitando-se ao norte com o oceano atlântico, com trecho costeiro que atinge uma extensão de 640 km. A planície litorânea é formada por baixadas alagadiças, tabuleiros e praias, destacando-se grandes extensões de dunas, com um litoral bastante recortado. As dunas ocorrem no litoral e avançam em direção ao continente até uma distância de 50 km da costa. Ao longo da extensão do litoral maranhense surgem características físicas particulares, o que permite uma subdivisão: Litoral Ocidental, Golfão Maranhense e Litoral Oriental. 

O Litoral Ocidental possui 300 km de extensão, a partir do lado norte do Golfão Maranhense, nas imediações da Baía de São Marcos, ao largo do município de Alcântara, até a foz do rio Gurupi, no município de Carutapera. Nesse território está localizada a Área de Proteção Ambiental - APA das Reentrâncias Maranhenses, de acordo com o Decreto Estadual nº 901, de 11/06/91, reeditado em 09/10/91, que abrange área de 2.680.911,20 ha; toda essa região integra a Amazônia Legal Maranhense.


Maranhão possui a maior concentração de manguezais (em torno de 50%) do país. O Litoral, principalmente a parte ocidental; detém a maior quantidade de baías, estuários, penínsulas, ilhas e arquipélagos costeiros, formando a costa amazônica maranhense. É a região litorânea do Maranhão que apresenta o ecossistema marinho mais preservado do país.


A espetacular Costa Amazônica Maranhense esta localizada entre a Baía de Tubarão a foz do Rio Gurupi na divisa do Maranhão com o Pará, compreende o Golfão Maranhense (onde está a Baía de Tubarão, Região do Munim, a Ilha de São Luís, Alcântara e a Baía de Cumã) e o litoral ocidental. No litoral ocidental, a oeste de São Luís e logo após Alcântara se estendem as  Reentrâncias Maranhenses que abrigam o Pólo Ecoturístico da Floresta dos Guarás e o Pólo Amazônia Maranhense.
 Esta parte do litoral abriga a quinta Zona  Úmidas de Relevância Planetária (RAMSAR) e da Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, O Farol de São João; o segundo em importância para a navegação brasileira, a lendária Ilha dos Lençóis; morada definitiva da  encantaria Sebastianista no Maranhão e o parcel de Mané Luis  que  em 1991 foi transformado no primeiro parque estadual marinho do Brasil. O   Parcel de Manuel Luís é um conjunto de formações rochosas submersas, com cerca de  mais de 18 km de extensão por 6 km de largura, é considerado o maior banco de corais da América do Sul.


O Estado do Maranhão já foi o maior produtor de pescado do nordeste brasileiro. Estudos atuais apontam para a alta produção primária, que é sustentada por uma vasta e rasa plataforma continental, com uma das maiores marés do Brasil. Uma grande quantidade de materiais  nutrientes trazidos pelas descargas dos rios, fornecem as condições necessárias à existência daquele ecossistema: os viveiros nos refúgios naturais são responsáveis pela permanência de inúmeras espécies marinhas na região da costa amazônica maranhense.  O grau de salinidade é apontado como outro fator importante neste conjunto.

Nas inúmeras ilhas que se estendem rumo ao oceano e no continente, habitam pescadores, que resistem na pratica artesanal da pesca; formando comunidades tradicionais em meio a grandiosa diversidade biológica e ambiental da região.
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A produção em escala industrial da pesca é inexistente, no entanto as condições naturais para a sua realização são bastante favoráveis caso seja investido na formação adequada de aquaviários e na renovação da frota pesqueira, de forma a que o pescador maranhense possa acessar os peixes demersais da rica costa norte brasileira. A  maricultura, como a carcinicultura  é outra opção que merece ser implementada  como modelo de desenvolvimento e sustentabilidade.