COSTA AMAZÔNICA DO MARANHÃO
Texto e fotografias: Marinelton Cruz
Localizado no litoral norte do Brasil, o Maranhão ocupa uma área
de 333.365,6 Km², limitando-se ao norte com o oceano atlântico, com trecho
costeiro que atinge uma extensão de 640 km . A planície litorânea é formada por
baixadas alagadiças, tabuleiros e praias, destacando-se grandes extensões de
dunas, com um litoral bastante recortado. As dunas ocorrem no litoral e avançam
em direção ao continente até uma distância de 50 km da costa. Ao longo da
extensão do litoral maranhense surgem características físicas particulares, o
que permite uma subdivisão: Litoral Ocidental, Golfão Maranhense e Litoral Oriental.
O Litoral Ocidental possui 300
km de extensão, a partir do lado norte do Golfão
Maranhense, nas imediações da Baía de São Marcos, ao largo do município de
Alcântara, até a foz do rio Gurupi, no município de Carutapera. Nesse
território está localizada a Área de Proteção Ambiental - APA das Reentrâncias Maranhenses, de acordo com o Decreto Estadual nº 901, de
11/06/91, reeditado em 09/10/91, que abrange área de 2.680.911,20 ha ;
toda essa região integra a Amazônia Legal Maranhense.
Maranhão possui
a maior concentração de manguezais (em torno de 50%) do país. O Litoral,
principalmente a parte ocidental; detém a maior quantidade de baías,
estuários, penínsulas, ilhas e arquipélagos costeiros, formando
a costa amazônica maranhense. É a região litorânea do Maranhão que
apresenta o ecossistema marinho mais preservado do país.
A espetacular
Costa Amazônica Maranhense esta localizada entre a Baía de Tubarão a foz do Rio Gurupi
na divisa do Maranhão com o Pará, compreende o Golfão Maranhense
(onde está a Baía de Tubarão, Região do Munim, a Ilha de São Luís,
Alcântara e a Baía de Cumã) e o litoral ocidental. No litoral ocidental, a
oeste de São Luís e logo após Alcântara se estendem as Reentrâncias
Maranhenses que abrigam o Pólo Ecoturístico da Floresta dos Guarás e
o Pólo Amazônia Maranhense.
Esta parte do litoral abriga a quinta Zona Úmidas de Relevância Planetária (RAMSAR) e
da Rede Hemisférica de Reservas para Aves Limícolas, O Farol de São João;
o segundo em importância para a navegação brasileira, a lendária Ilha dos
Lençóis; morada definitiva da encantaria
Sebastianista no Maranhão e o parcel de Mané Luis que em 1991 foi transformado no primeiro parque
estadual marinho do Brasil. O Parcel de
Manuel Luís é um conjunto de formações rochosas submersas, com cerca de mais de 18 km de extensão por 6 km de largura,
é considerado o maior banco de corais da América do Sul.
O Estado do Maranhão já foi o maior produtor
de pescado do nordeste brasileiro. Estudos atuais apontam para a alta produção
primária, que é sustentada por uma vasta e rasa plataforma continental, com uma
das maiores marés do Brasil. Uma grande quantidade de materiais nutrientes trazidos pelas descargas dos rios, fornecem
as condições necessárias à existência daquele ecossistema: os viveiros nos
refúgios naturais são responsáveis pela permanência de inúmeras espécies
marinhas na região da costa amazônica maranhense. O
grau de salinidade é apontado como outro fator importante neste conjunto.
Nas inúmeras ilhas que se estendem rumo ao oceano
e no continente, habitam pescadores, que resistem na pratica artesanal da
pesca; formando comunidades tradicionais em meio a grandiosa diversidade
biológica e ambiental da região.
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A produção em
escala industrial da pesca é inexistente, no entanto as condições naturais para
a sua realização são bastante favoráveis caso seja investido na formação
adequada de aquaviários e na renovação da frota pesqueira, de forma a que o
pescador maranhense possa acessar os peixes demersais da rica costa norte
brasileira. A maricultura, como a
carcinicultura é outra opção que merece
ser implementada como modelo de
desenvolvimento e sustentabilidade.