quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

PESCA ARTESANAL

PESCA ARTESANAL
Por:Marinelton Cruz


A pesca artesanal é uma atividade produtiva pratica pelo homem desde suas primeiras tentativas de organização social. O extrativismo dos produtos do mar e das águas, para a composição da dieta alimentar humana, tem paralelo na evolução da história durante todo o processo do desenvolvimento produtivo da humanidade. Desde as iniciativas individuais primatas, as primeiras tentativas de organização coletivas e sociais.
A pesca artesanal no Maranhão é uma atividade tradicional preservada na utilização de recursos e praticas primitivas do modo de produção, resiste ao lado do desenvolvimento tecnológico na base da sociedade moderna. O manuseio dos utensílios nas margens da orla marítima, nos campos, rios e igarapés, sempre implicaram em fatores causadores de acidentes, causadores de mutilações e morte de pescadores: é comum encontrarmos pescadores com deficiências físicas causadas por ferroadas, de peixes como: Raias, Bagres ou mordidas de tubarões. Assim como relatos de óbitos nas comunidades mais remotas causadas por acidentes decorrentes das atividades relacionadas com a pesca artesanal.
Os ganhos com esta atividades por parte dos trabalhadores que subsistem são de longe insuficientes para garantir o bem estar e a inclusão social das famílias nas  comunidades específicas.
As atividades pesqueiras, de cunho artesanal em alto mar realizada a bordo de embarcações de pequeno porte de tração motorizada como as que pescam na costa do Maranhão, por sua vez não oferecem a menor possibilidade de segurança para os pescadores que manuseiam a bordo grandes extensões de redes: chegando em media a 2.000 mil braças de Homem em extensão (3  km ) em barcos que variam de 8 a 12 metros de comprimento. Estas embarcações não possuem a bordo somente com raríssimas exceções: coletes salvas vidas, luvas, roupas adequadas, ferramentas, viseiras e outros. As condições de alojamento em auto mar nestas pequenas embarcações, são quase inexistentes, as que possuem “beliches’ não comportam toda a tripulação, além de ficarem localizadas na região da casa de maquina, onde o calor e o som ensurdecedor do motor não oferecem o menor conforto: os pescadores adormecem pelo cansaço resultante do trabalho estafante que não obedece a jornada de revezamento. Os frutos do mar em especial o pescado, é considerado a principal fonte de alimento saudável dos tempos modernos, é o produto orientado pelas Gastronomia  moderna para o consumo em beneficio de uma vida de boa qualidade, em todo o mundo aumenta a procura e o consequente consumo dos  derivados e produtos originados dos frutos do mar.
Durante centenas de anos, em partes do nordeste brasileiro, principalmente no maranhão, esta pratica  em algumas modalidades continuam sendo exercidas sem quase nenhuma alteração( Curral, Manzuá, Muruada, Zangaria,  entre outras), outras foram ao longo do tempo sendo criadas conforme o desenvolvimento tecnológico e as necessidades que foram surgindo durante o processo de crescimento e desenvolvimento das populações.

 Criou-se novas modalidades inovações foram introduzidas no fabrico de armadilhas como as redes de emalhar que passaram da tecelagem manual artesanal para o sistema fabril envolvendo maquinários sofisticados em cidades do Brasil e outros países como o Japão por exemplo. As embarcações que eram pequenas canoas, de propulsão a remo utilizadas na costa do Maranhão passaram a ser barcos motorizados com motores fabricados por multinacionais.
Nota-se que houve um processo de evolução dos apetrechos e instrumentos em geral utilizados para a captura dos frutos do mar. O mesmo não se percebe quando das condições de melhorias para a categoria dos pescadores artesanais, muito pelo contrario, o que mudou, mudou para pior, o aumento das populações: tanto de consumidores quanto de pescadores, o desenvolvimento tecnológico e aumento da oferta e da procura neste setor, gerou a captura desordenada diminuindo o estoque nos estuários por toda costa do Maranhão.
Com a escasseeis do produto o e desenvolvimento do comercio, aumentando as categorias dos atravessadores, os pescadores tiveram gradualmente a desvalorização de mão de obra, o valor do pescado se mantém em patamares elevados para os consumidores, enquanto que o que é pago para os pescadores, na maioria dos casos não chega a cobrir as despesas destes, com a alimentação consumida na própria jornada de trabalho, gerando endividamentos difíceis de pagar e as vezes impagáveis, criando um circulo viciosos desagregando as famílias destes trabalhadores por toda a extensão da costa e comunidades de pescadores artesanais do Maranhão.
Somente a partir da segunda metade do século XX, é que iniciaram as primeiras iniciativas no sentido de regulamentar a pesca artesanal.

As circunstancias atuais demonstram que a categoria dos pescadores artesanais não evoluiu em relação aos meios de produção envolvidos na produção da moderna da pesca. As condições de vida são extremamente precárias: vivem em sua imensa maioria em comunidades sem infraestrutura; suas casas são as mais rústicas de todo o conjunto da zona rural do Maranhão, o sistema alimentar está fora dos padrões, e a educação é ineficiente para capacita-lo adequadamente para o desenvolvimento da profissão, permanecendo apenas o conhecimento empírico herdado de gerações anteriores.
Marinelton65@yahoo.com.br