domingo, 22 de julho de 2012

MARANHÃO PRÉ COLONIAL

MARANHÃO PRÉ COLONIAL
As Capitanias Hereditárias
Por Marinelton Cruz
Em Setembro de 1532, Dom João III remeteu uma carta para Martins Afonso de Souza comunicando a decisão de dividir o Brasil em capitanias hereditárias mediante o usufruto de extensas porções de terra por um determinado tempo aos donatários que foram ilustres marinheiros, grandes soldados, fidalgos da Casa Real e altos funcionários do reino que estivessem dispostos a correr os riscos pela empresa colonizadora. A adoção do novo regime decorria de motivos ponderáveis: Portugal sendo um pais pequeno e pobre nesta época achava-se exaurido devido as desvalorização das especiarias e pêlos infurturios da Índia e
devido aos gastos do Estado e os incessantes aumento de suas responsabilidade de além amar no trágico e longínquo oriente.
Devido as contrabando de pau-brasil especialmente pelos corsários franceses que se mostravam muitos ousados, a ponto de estabelecerem companhia para lhes dar maiores segurança em suas operações e mais o desejos de Dom João III de propagar a fé católica em terras habitadas por indígenas, a solução aparente foram as Donatárias que assim também se chamavam as Capitanias Hereditárias tendo em vista que este sistema já estava sendo posto em pratica por Portugal em povoamento das Ilhas do Atlântico que foram descobertas no século XV, Ilha da Madeira, na Ilha do Porto Santo, na Ilha dos Açores, Ilha de Cabo Verde e na Ilha de São Tomé e mesmo no Brasil quando em 1504 Dom Manuel I doara a Ilha de São João ou da Quaresma ao armador Fernão de Noronha situada a cinqüenta légua da costa e confirmada a doação em 1522 por Dom João III esta foi na verdade a primeira Capitania Hereditária do Brasil e em 1559 a Regente Dona Catarina governante do Portugal na menoridade de Dom Sebastião confirmou a doação em favor de outro Fernão de Noronha neto do primeiro. Destarte por Capitanias Hereditárias verdadeiramente se entende as que Dom João III instituiu entre os anos de 1534 e 1536 donatários seriam senhor de suas terras, que teriam jurisdições civil e criminal e poderiam fundar vilas ao longo das costas e rios navegáveis e poderiam doar livremente terras de sesmarias e para que os donatários pudessem se sustentar eram lhe concedida dez léguas de terra ao longo da costa, nesta época foram criadas no Brasil quatorze capitanias divididas em quinze lotes que foram distribuídas a doze donatários ao longo do litoral do Maranhão até Santa Catarina.
Os Direitos do Rei e dos Donatários
Os direitos dos Donatários estavam expressos na Carta de Doação, nos Forais constavam os deveres do donatário e os direitos do rei.
Os Direitos dos Donatários:
Doar sesmarias: o Donatário poderia doar um lote de terra a um colono, que passava a ser o seu dono legítimo.
Direito de Couto e Homízio: o Donatário poderia, se desejasse, abrigar em sua capitania criminosos fugidos de outras capitanias.
Direito de escravizar: índios, peões, etc...assim como condená-los à morte.
Deveres dos Donatários
Colonizar, defender e fazer o progresso da Capitania com próprios recursos,
Garantir os direitos do rei,
Direitos do Rei
Receber o dízimo: 1/10 de todos os produtos
Receber o quinto: 1/5 dos metais e das pedras preciosas
Monopólio do pau-brasil: todo o pau-brasil pertencia à coroa.
. Cabia aos donatários distribuir sesmarias - terras incultas ou abandonadas - aos colonos, fundar vilas com as respectivas câmaras municipais e órgãos de justiça, além do direito de aprisionar índios. São também isentos do pagamento de tributos sobre a venda de pau-brasil e de escravos.
O sistema de capitanias implantado no Brasil não é original. Baseia-se em experiências anteriores de concessão de direitos reais à nobreza para engajá-la nos empreendimentos do Estado português nas Índias, na África, nas ilhas do Atlântico e no próprio reino.
O donatário era obrigado a entregar 10% de todo o lucro sobre os produtos da terra ao rei de Portugal.
1/5 dos metais preciosos encontrados nas terras do donatário deveria ser entregue a coroa portuguesa.
O monopólio do Pau-brasil.
Falência do sistema
Em sua maior parte, as capitanias brasileiras não conseguem desenvolver-se por falta de recursos ou por desinteresse de seus donatários. No final do século XVI, apenas as capitanias de Pernambuco (de Duarte Coelho) e de São Vicente (de Martim Afonso de Souza) alcançam certa prosperidade com o cultivo da cana-de-açúcar. É esse quadro pouco animador que leva a Coroa portuguesa a instituir, em 1548, um governo mais centralizado e capaz de uma ação mais direta - o governo-geral. No século XVII, outras capitanias são criadas para ocupar a Região Norte.
Cada vez mais enfraquecidas e progressivamente retomadas pela Coroa, as capitanias são extintas em 1759. Mas deixam sua marca na ocupação do território, sobretudo da faixa litorânea, e na formação política do país. Além de fixar o nome de muitos dos atuais estados brasileiros, as capitanias dão origem a uma estrutura de poder regional que ainda se mantém atuante.
Criadas em 1534;
15 faixas desiguais para 12 pessoas (capitães);
O Estado Luso era pobre e pretendia transferir o ônus da colonização para a iniciativa privada;
A Capitania de Pernambuco dá certo pois estava veiculada com o mercado externo;
A Capitania de São Vicente ( São Paulo) não era ligada com o exterior, tinha ataques e influência dos índios, mas através do Tietê se consegue expandir o mercado, faz a preação dos índios, prende os índios, escravizando-os e encontra ouro de aluvião, adentra para o interior através do Tietê, por isso deu certo;
As Capitanias foram de extrema importância porque garantiram o direito luso sobre a terra e  garantiram a soberania lusa.


Capitania
Limites aproximados
Donatário
Capitania do Maranhão (primeira secção)
Extremo leste da Ilha de Marajó (PA) à foz do rio Gurupi (PA/MA)
João de Barros e Aires da Cunha
Capitania do Maranhão (segunda secção)
Foz do rio Gurupi (PA/MA) a Parnaíba (PI)
Fernão Álvares da Cunha
Capitania do Ceará
Parnaíba (PI) a Fortaleza (CE)
Antônio Cardoso de Barros
Capitania do Rio Grande
Fortaleza (CE) à Baía da Traição (PB)
João de Barros e Aires da Cunha
Capitania de Itamaracá
Baía da Traição (PB) a Igaraçu (PE)
Pero Lopes de Sousa
Capitania de Pernambuco
Igaraçu (PE) à foz do Rio São Francisco (AL/SE)
Duarte Coelho Pereira
Capitania da Baía de Todos os Santos
Foz do Rio São Francisco (AL/SE) a Itaparica (BA)
Francisco Pereira Coutinho
Capitania de Ilhéus
Itaparica (BA) a Comandatuba (BA)
Jorge de Figueiredo Correia
Capitania de Porto Seguro
Comandatuba (BA) a Mucuri (BA)
Pero do Campo Tourinho
Capitania do Espírito Santo
Mucuri (BA) a Cachoeiro de Itapemirim (ES)
Vasco Fernandes Coutinho
Capitania de São Tomé
Cachoeiro de Itapemirim (ES) a Macaé (RJ)
Pero de Góis da Silveira
Capitania de São Vicente (primeira secção)
Macaé (RJ) a Caraguatatuba (SP)
Martim Afonso de Sousa
Capitania de Santo Amaro
Caraguatatuba (SP) a Bertioga (SP)
Pero Lopes de Sousa
Capitania de São Vicente (segunda secção)
Bertioga (SP) a Cananéia/Ilha do Mel (PR)
Martim Afonso de Sousa
Capitania de Santana
Ilha do Mel/Cananéia (SP) a Laguna (SC)
Pero Lopes de Sousa

Capitanias hereditárias do Maranhão
A Primeira Capitania Hereditária do Maranhão de 50 léguas de costa entre a Abra de Diogo e o Cabo de Todos os Santos doada a Aires da Cunha que se associou ao escritor João de Barros donatário da capitania do Rio Grande do Norte, e Fernando Alvares Andrade donatário da segundo do Maranhão que chegaram em 1535 em uma expedição de dez navios e 900 homens em Pernambuco aonde receberam auxilio de Duarte Coelho, para logo em seguir velejarem para o norte e ao chegarem as costas do Rio Grande do Norte, onde constituía o seu lote juntamente com o de João de Barros encontraram forte oposição dos índios Potiguares que eram grandes aliados dos contrabandistas franceses, devido a este motivo resolveram tentar melhor sorte, dirigindo-se para as terras de Fernando Alvares de Andrade que em meio a uma tempestade, veio a naufragar com toda a sua tripulação pagando com o sacrifício da própria vida pela temeridade de vir para o Brasil.
A Segunda Capitania Hereditária do Maranhão de 75 léguas de costa entre o Cabos de Todos os Santos e o Rio da Cruz doada a Fernando Alvares da Cunha, e no ano de 1554 Luiz de Melo da Silva em nova tentativa de povoamento da capitania acabou abandonando a mesma em virtude dos ataques efetuados por piratas franceses.
Povos do Maranhão Pré-colonial. 


Segundo O CENTRO DE PESQUISA DE HISTÓRIA NATURAL E ARQUEOLOGIA DO MARANHÃO, os primitivos habitantes das terras do Maranhão que se tem conhecimento, foram os povos indígenas do período pré-cambriano.
Já no século XVll, tem-se o registro de 250 mil índios, de cerca de 30 etnias. Dessas, somente algumas, como os  Krikati, Canela,Guajajara-tenetehara, Kaàpor,Awa Guajá e gavião, sobrevivem aos nossos dias. Afirma João Damasceno Figueiredo Junior: Pesquisador e encarregado do setor de Etnologia do CPHNAMA.
  As conquistas territoriais portuguesa do período colonial foram definidas pelos tratados de Tordesilhas, com objetivos de garantir o desenvolvimento expansionista de Portugal, sem prejuízo, ou desgaste tanto de sua parte como da parte da coroa Espanhola, que realizava conquistas expansionistas marítimo-comercial, por meio da descoberta da América por Cristóvão Colombo em 1492.
Com a ascensão dos espanhóis na exploração de novas terras, o clima de disputa com os Portugueses se acirrou. como não interessava a nenhuma das duas potências um  conflito, que inevitavelmente, se deflagrado levaria as duas potencias ao prejuízo, fez com que buscassem o acordo, que resultou na tratado de Tordesilhas: dai em diante a corroa portuguesa pode legitimar suas descobertas na costa atlântica.
No ano de 1493, o papa Alexandre VI anunciou a assinatura da Bula Inter Coetera, que fixava uma linha imaginária a 100 léguas da Ilha de Açores. No entanto, no ano seguinte, o rei português Dom João II exigiu a revisão desse primeiro acordo, que não satisfazia os interesses lusitanos. Segundo alguns historiadores, essa mudança de idéia era um forte indício de que os portugueses tinham conhecimento de outras terras localizadas na porção sul do novo continente descoberto pelos espanhóis. Séculos mais tarde, documentos explicariam essa “repentina” mudança de ideia dos lusitanos.
Buscando evitar o desgaste de um conflito militar, os espanhóis aceitaram a revisão dos acordos com uma nova intermediação do papa. Com isso, o Tratado de Tordesilhas foi assinado em junho de 1494. Nesse novo acerto ficava estabelecida a demarcação de um novo meridiano localizado a 370 léguas a oeste da ilha de Cabo Verde. Os territórios a oeste seriam explorados pelos espanhóis; e as terras a leste deveriam ser controladas pelos lusitanos. Dessa forma, o novo acordo assegurou a exploração lusitana em parte dos territórios que hoje compõem o Brasil. (Rainer Sousa, Equipe Brasil Escola www.brasilescola.com acessado em 19 de Fevereiro2010)

Os tupis, ou Guaranis, se melhor dito integravam com os Aruaques e Caraíbas, conforme o entendimento atual da ciência, um dos dois grupos étnicos em que se subdividirá no novo mundo, a terceira correntes migratória, agora proto malaios, que já no helóceno ( 5000 a 4000 A.C.)  veio da Indonésia, via marítima pela Polinésia, a aportar em canoas as praias da América Central, de onde se passaram para nossa faixa litorânea. Pertenciam, ao grupo Brasilídio, branquicéfalo, mesorínico de estatura baixa, cultura neolítica, Agricultores, tecelões e oleiros.
Os Brasilídios, tupis-guaranis espraiavam-se de norte a sul da costa litorânea distribuídos em tribos e nações, com áreas de dominós limitadas, entre uma e outras nações encontravam-se, na Amazônia, especificamente na bacia do rio Madeira, o tupinambaranas. Conforme (MEIRELES 1960) esta subespécie era de filhos espúrios ou fusão ou junção dos dois tipos étnicos , por motivo de absorção, por conquista  ou por  esquecimento do ódio originário entre conquistados e conquistadores.
TUPIS E TAPUIAS
Os Tupis e os Tapuias eram duas raças distintas que dominavam a quase totalidade do Maranhão e do Brasil atual (MEIRELES 1960).OS Tapuias de estatura média - mediam 1.60 mt de altura para os homens e as mulheres 1.53 mt. Tinham pele mais clara que os tupis, eram nômades, tinham o corpo lizo de pelos, dormiam no chão, encostados em troncos de arvores, em buracos cavados para este fim, ou em cabanas ligeiras ( feitas com pouco material em geral com quatro paus cobertas com palhas ou galhos. Não tinham lavouras, permanentes quando muito plantavam milhos pelos caminhos por onde andavam. Alimentavam de caça e pesca que comiam as vezes cruas, frutas, raízes e larvas. Eram selvagem raivosos, vingativos e traiçoeiros e antropófagos. Não guerreavam a  peito aberto, atacavam de emboscada e combatiam os homens e as mulheres.(MEIRELES 1960).
Os Tupis, de menor porte medindo 1.55 mts, para homens e mulheres, tinham a pele acetinada, baça e acobreada olhos grandes, lábios finos, cabeça pequena, rosto cheio redondo,
Cabelos pretos lisos possuíam pouca barba e bigode, pés e mãos pequenos e largos. Viviam em aldeias, com zonas territoriais limitadas por acidentes geográficos, possuíam plantações, trabalhavam a cerâmica e teciam com algodão. Praticavam a antropofagia, mais não como alimento mais como ritual de guerra; limpavam bem a carne do inimigo morto, cozinhavam, comiam e em seguida vomitavam.
As primeiras explorações europeias encontraram na região da bacia Amazônica e costa norte do Brasil, muitas povoações pertencentes nações Tupinambás, espalhadas por todo o litoral e adentrando nas dos caudalosos afluentes do Grande rio, vivendo coletivamente em grupos socialmente organizados em aldeias. Os grupos podem ser identificados como nações devido as diferentes línguas faladas e relacionadas  ao tronco linguístico Tupi.
No inicio os portugueses encontraram aqui uma verdadeira Babel indígena. Na costa brasileira e na bacia dos rios Paraná e Paraguai, os índios pertenciam ao tronco linguístico Tupi, que reúne os Guarani ao sul e os Tupi na costa, que falavam o Tupinambá ou línguas afins, mas não idênticas. Na região central do Brasil, encontravam-se as línguas Macro-jê. Eram tantas as línguas na bacia amazônica, que o célebre padre António Vieira, em 1683, escrevia que "houve quem chamou o grande rio das Amazonas rio Babel", o que lhe pareceu pouco “porque na Torre de Babel, como diz São Jerônimo, houve somente setenta e duas línguas, e as que se falam no rio das Amazonas são tantas e tão diversas, que se lhes não sabe o nome, nem o número". Do contato entre missionários, índios Tupi mencionados e aculturados, e não índios, surgiram as línguas gerais, ou seja, comuns a diferentes grupos, tendo como base a língua do tronco Tupi – a língua geral paulista (ou do Sul) e a língua geral amazônica. Ao final do século XVII, os jesuítas e missionários de outras ordens difundiram, na Amazônia, o Tupinambá, falado pelos índios da região que vai do litoral do Maranhão até a foz do Tocantins. O Tupinambá, sob a influência de outras línguas da área, e da ação dos caboclos, deu origem ao nheengatu, a língua geral amazônica.
Usando os critérios linguísticos, podem-se dividir os índios do Brasil em quatro nações: Caraíbas; encontrados no norte da bacia Amazônica; Nuaruaques- encontrados na bacia Amazônica, até os Andes; Jês ou Tapuias- encontrados no Planalto central; Nuaruaques- encontrados na bacia Amazônica, até os Andes; Jês ou Tapuias-encontrados no planalto Central; Tupis-encontrados por toda costa atlântica e algumas áreas do interior.
A maior parte dos indígenas que habitavam o litoral do Brasil na época das primeiras expedições europeias, pertencia ao grupo linguístico Tupi. Os índios no Brasil do período pré- colonial, viviam em regime comunal primitivo, a organização social tribal permitia a socialização dos meios de produção a apropriação comunal da terra e em alguns grupos a apropriação comunal era temporária: uma característica das inúmeras nações nômades que habitavam o interior da Amazônia.
Os grupos da nação dos Tupinambás, encontrados pelos franceses durante a expedição narrada por D`EVREUX, em Viagem ao Norte do Brasil. Organizavam-se socialmente em comunidades, em regime comunal.
vivem pacificamente com os outros(com os da mesma comunidade) ,dividem com eles os resultados das pescarias, caçadas e lavoura e não comem as escondidas... é muito grande a liberdade entre eles, é desconhecida a avareza. Se algum deles tiver desejo de possuir uma coisa que pertença a outro, ele o diz francamente, é preciso que o objeto seja muito estimado, para não ser dado logo, embora que, o que pediu, fique na obrigação de  dar ao outro também o que ele desejar. Nunca roubam uns aos outros; o que possuem está à vista, pendurados nas vigas e barrotes de suas casas.
A organização tribal consistia em um agrupamento de construções rústicas em madeira nativa coberta e cercada com folhas de palmeiras dispostas em redor dum grande circulo que ficando no centro para onde convergiam os diversos caminhos que levavam ao centro do circulo local da realização das representações míticas. Conforme FLUGER 2006):
As Aldeias tupinambás, de acordo com Fausto(1992), eram compostas de um numero variável de malocas, em geral quatro ou oito, disposta em torno do pátio central, implantadas harmonicamente. As malocas eram Grandes casas de palha e madeiras destinadas à habitação coletiva. Não representavam apenas moradia mas de acordo com Wrigth (1975; p, 125) eram, “ microcosmos que representavam e condensavam todo o universo mítico da aldeia”. “Cada aldeia tinha uma população que variava entre 500 e 3.000 índios.”
Os aldeamentos na costa do Maranhão, foram primeiramente conhecidos pelos Franceses que antes dos Portugueses, realizaram expedições de reconhecimento e ocupação. No período (século XVI ) os Franceses ocuparam a Ilha de Upaon-Açu e fundaram a cidade de São Luis em 1612 na tentativa de fundar  a chamada “França Equinocial,” foram grandes aliados dos tupinambás realizavam negócios (trocas de Objetos) faziam amizades trocando experiências medicinais  e ensinado-lhes, ofícios franceses, inclusive técnicas de guerra em terra firme, ensinando-os à usarem armas modernas em relação as suas rudimentares. Segundo FLUGER (2006)“ A localização das Aldeias no Maranhão era conhecida dos Franceses, que navegavam nestas costas desde o século XVI e eram aliados dos Tupinambás. Abbville(1975; p.140-5),destaca a existência de vinte e sete aldeias na Ilha de São Luis e de quinze a vinte em Tapuitapera.”
D´evreux, em VIAGEM AO NORTE DO BRASIL, neste relato, informa a chegada dos Franceses e minuciosa observação dos índios, das facilidades em ensinar-lhes os ofícios franceses, moléstias, mortes, funerais e sobre a astrologia Tupi.Ao contrários dos portugueses que mataram, aprisionaram e escravizaram e provocaram a quase extinção de muitas nações indigenas na região da Amazônia. 
A respeito da bravura, camaradagem e disposição para a guerra dos gentios Tupinambás da região do Maranhão e Pará D´evreux, em VIAGEM AO NORTE DO BRASIL relata: sobre a motivação para desbravar o desconhecido.
Ao divulgar estas noticias levantaram-se as Ilhas das províncias vizinhas,porque, como é geralmente sabido, não há no mundo nação alguma mais inclinada à guerra a e viagens pelo desconhecido como estes selvagens brasileiros.
 Que talvez o Padre D´evreux não tenha observado que estes Tupinambás que se deslocavam sejam os que ainda não estivessem acostumados na nova terra já há indícios que os tupinambás que ele manteve contatos para tirar estas conclusões  sejam os que vieram fugindo da perseguição dos Portugueses desde Pernambuco onde os mesmos se fixaram primeiramente no Brasil.
Segundo D`ABBEVILLE, supõe-se que os Tupinambás que habitavam a costa do maranhão tenham vindo da costa sul do Brasil, fugindo as perseguição dos portugueses durante a ocupação  do território brasileiro que tinha Pernambuco como centro.
“Em primeiro lugar, é preciso dizer que os índios do Maranhão julgam existir para o lado do trópico de capricórnio um belo país  a que chamam de Caetê, com floresta grande porque ai existe grande quantidade de matas e de floretas e de arvores de incrível grossura e de admiravel altura; ai habitaram eles no passado. E, por serem considerados os mais valentes guerreiros, usavam o nome de Tupinambá, que conservam até agora.
Apoderando-se os Portugueses dessa região de Caetê, quiseram também sujeitar os habitantes e suas leis. Os Tupinambás, porem são livres por natureza e inimigos da sujeição; porisso preferiram abandonar o seu próprio país a se entregarem aos Portugueses. Assim fizeram, embrenhando-se nos matos e nas mais recôdidas florestas.
Mais não se sentindo ai muitos seguros, poperseguiam por toda parte com ódatravessar campos e desertos. Caminharas tanto que finalmente, quase no equador, onde encontraram o grande oceano que os impediu de ir alem, contendo-lhes o passo do lado direito, assim como o fazia o lado esquerdo o Amazonas. Não podendo continuar, e não ousando recuar de receio dos seus inimigos, resolveram ficar nessa região, uns a beira ma, os quais porisso, se chamam Paraná euguare( habitantes do mar) outros na grande montanha de Ibiapaba, os quais se denominam de Ibouiapaba euguare ( habitantes do Ibiapaba). Apoderam-se alguns da grande Ilha do Maranhão, por julgá-la muito seguro e de difícil acesso, e que talvez lhes tenha deus reservado desde a eternidade para preservá-los da perseguição de seus inimigos e do diabo, e assim salvar esta nação pela qual queria ser servido, adorado e glorificado, entre estes bárbaros que se converteriam antes do fim do mundo pelas predicas do evangelho.( Santa opinião de Cloude D´abbeville) estes foram chamados Maranhã euguare  ((habitantes do Maranhão).
 O mesmo autor afirma que na época em que ele esteve em contato com os índios que habitavam a costa do Maranhão, ter colhido  informações que levam a origem da divisão da nação dos primeiros tupinambás que pisarem o solo maranhense. 
“muito desses índios ainda vivem e se recordam de que tempos após sua chegada, fizeram uma festa regada a vinho a que deram o nome de cauim e a qual assistiram juntos com seus principais (chefes ou caciques)e a que assistiram com grande parte do povo. Nisto aconteceu que, uma mulher abordoou um companheiro de festa, disso resultando um grande motim, que provocou a divisão e a separação do povo todo. Uns tomaram partido do ofendido outros o da mulher e de tal modo se desavieram que,de grandes amigos e aliados que eram se tornaram grandes inimigos; e desde então se encontram em estado de guerra permanente,chamando uns aos outros de tabajaras, o quer dizer grandes inimigos,ou melhor segundo a etimologia da palavra: tu és meu inimigo e eu sou o teu. Embora sejam todos da mesma nação e de todos tupinambás, atiça- os, o diabos uns aos outros, a ponto de entrecomerem como já disse.

Em relação às artimanhas da guerra entre as nações  D`Evreux
Suas guerras são feitas, pela maior parte, por surpresa e astucias; ao romper do dia assaltam seus inimigos dentro de suas aldeias; salvam-se de ordinários os que tem boas pernas, sendo aprisionados os velhos, as mulheres e as meninos, e conduzidos como escravos para as terras dos tupinambás. Também sob o pretexto de negócios o vão pelas praias onde moram seus inimigos, prometendo- lhes muito,mostram-lhes suas mercadorias em caramemos,ou paneiros, onde arrastam o que tem de melhor, quando os vêem entretidos, lançam-se sobre eles pobres ingênuos, matam uns, aprisionam e cativam outros: por este motivo todas as nações do Brasil desconfiam deles, jugam-os, traidores e nem querem sua paz.(Ibidem pg. 77)
Quando os franceses revelam o quanto, das disposições para as lutas e viagens dos Tupinambás, referem-se na ordem da importância que estes representaram como aliados em suas tentativas de colonização e fundação da França Equinocial.
Quando em 8 de Junho de 1613, partiu  do porto de Santa Maria do Maranhão(São Luis) o Senhor de La Ravardiere conduzia uma tropa de 40 soldados, 10 marinheiro e 20 índios num total de 70 individuos. Nas passagens por: tapuitapera, (Alcântara, comã (segundo D´evreux 2002) a maior e mais organizada tribo Tupinambá do Norte do Brasil, naquele período)Caité quando chegaram ao rio Para o exercito já contava com 1.200 homens.(Ibidem pg, 78)
Na seção curiosidades e a facilidades para apreender os ofícios(profissões) que os franceses praticavam, os tupinambás mostraram-se eficientes.
“Os ofícios mais necessários entre eles são os de ferreiro, tanoeiro, carpireiro, marceneiro, alfaiate, sapateiro, tecelão, oleiro, ladrilhador, e agricultor. Quanto ao oficio de tecelão, seria sua especialidade se aprendessem: tecem seus leitos muito bem, trabalham em lã tão perfeitamente como os franceses, embora não empreguem a lançadeira e nem agulha de ferro, e sim pequenos pauzinhos.( Ibidem pg, 117).
No que se refere às particularidades do cotidiano dos gentios tupinambás, relatadas por D´evreux em VIAGEM AO NORTE DOBRASIL, foram observadas algumas incongruências próprias das mazelas que identificamos na atualidade no comportamento da população nativa do Maranhão. O que não deve ser diferente do cotidiano de qualquer parte do interior do Brasil.
“ são impudicos extraordinariamente,  mais as raparigas, do que outro, inventores de noticias falsas, mentirosos, levianos e inconstantes, vícios muito comum a todos os incrédulos,e, ultimo são extremamente preguiçosos, a ponto de não quererem trabalhar, embora vivam na miséria antes do que na opulência por meio do trabalho.
O comentário acima demonstra o preconceito do pensamento europeu a respeito dos modos e vivencias  da população nativa do novo mundo que era um povo que existia na base da caça e da colheita. Os índios  viviam em perfeita harmonia respeitando a natureza nos múltiplos aspectos, a auto sustentabilidade tanto do homem como da natureza não era uma utopia. A miséria e a preguiça que Antônio Vieira se reporta significa O Modus Vivendis indígenas baseado no comunismo primitivo, os mesmo não conheciam a cobiça e as mazelas da economia  liberal do velho mundo. A fartura bens necessários a moradia e alimentos ao alcance das mãos propiciava aos indígenas uma simbiose entre si e a natureza não precisando de maneira alguma apresar-se em competição. O que atesta o próprio D´evreux: Se eles quisessem, não é necessário muito cansaço, para terem em poucas horas muita carne e peixe. (ibidem).
D´evreux comenta sobre a personalidade dos tupimambás: “As noticias falsas, mentirosos, leviano e inconstantes”
É outra fala que serviu para justificar, os meios e os fins que consolidarão  os interesses da Coroa portuguesa no Brasil. As mentiras quem e outros maus costumes conhecidos pelos homens ditos civilizados foram introduzidas  no comportamento dos nativos pelos proprios europeus.Com a chegada dos franceses e a introdução de novos costumes e praticas desagregadoras da ordem comunal em que viviam os gentios, provocou mudanças de comportamentos que contribuíram para a desestruturação dos hábitos gentílicos da nação Tupinambá logo em 1613 e1614, como relata, o próprio D`EVREUX.
 É bem verdade que dentro da Ilha atualmente,  (Upaon-Açu), Tapuitapera e Comã, eles tem cofres, que lhes deram os franceses, onde guardam o que tem de melhor, e...excitados por isso, ou pelo exemplo dos franceses, muito deles já aprenderam a arte de furtar.(pg,124 e 125)
O missionário Francês encontrou algumas nações em melhores condições que os Tupinambás; melhores organizados socialmente, estabilizados em comunidades e melhores estruturadas, o que demonstra que os Tupinambás eram por aqueles tempos seminômades na região.
O que acabo de dizer refere-se especialmente aos tupinambás, porque outras nações, como sejam; os Tabajares, cabelos compridos, Tremembé, Canibais, Pacajares, marapins, Pinarienses e outros, trabalham muito para viver, ajutam gêneros, tem boas casas e toda comodidade. (ibidem).
Referencia as praticas de canibalismo entre os índios do norte do Brasil,
O padre Yves Dèvreux relata o que colheu em entrevista com os indios Tupinambás:
O Rio Para desde sua desembocadura para cima, é muito povoado de Tupinambás; Chegando a ultima aldeia, situada a 60 Léguas da sua desembocadura, todos os principais desses lugares lhes pediram com insistência com os Camarapins, os quais são muito ferozes, não querem paz, e por isso não poupam seus inimigos, pois quando os cativam,matam-nos e comem-nos: poucos dias antes tinham matado três filhinhos de um dos principais dos Tupinambás daquelas regiões, e guardaram os ossos deles para mostrar aos pais, afim de causar-lhes mais dó.
Sobre os muitos conflitos, que resultaram em massacres e bárbaros crimes; como o trucidamento de idosos, crianças e mulheres cometidos pelos europeus; principalmente pelos portugueses que após a batalha de guaxenduba quando derrotaram definitivamente os Franceses chefiados por La Ravardiere: puseram em andamento o hediondo plano de limpeza das terras conquistadas para garantir a ocupação das sesmarias pelos então donatários com fins de começarem o processo de produção da cana de açúcar e implantação dos engenhos de beneficiamento com objetivos produzir açúcar que era o principal produto da economia mundial do século XXVII. Quando a Coroa Portuguesa enfrentava sérios problemas de endividamento com a coroa Inglesa, falta de lastro financeiro no mercado internacional e credibilidade.
O plano consistia em levar a cabo a colonização pelos Portugueses da parte que lhes cabia das terras do novo mundo e para isto era preciso liquidar quaisquer resistência. Os indígenas por sua vez já vinham fugindo da perseguição dos Portugueses do Estado de Pernambuco organizaram algumas resistências durante o período de colonização e conquistas dos territórios do maranhão pelos portugueses.
 Segue um relato do pesquisador e escritor José Varella Pereira, acerca das empreitadas do Bento Maciel Parente, à frente das campanhas que trucidaram os Tupinambás na região da Amazônia, referentes aos Estados do Maranhão e Para. Note-se que a traição por parte dos Portugueses que valiam-se da ingenuidade e bondade dos índios para cometerem toda sorte de crimes.
 “Em 1616, estava fundado o forte do Presépio levantado em parceria entre portugueses e tupinambás, o burgo de Belém do Pará, denominado Feliz Lusitânia. Mas, não demorou aos coloniais botarem as unhas de fora e escravizar os próprios parentes de seus aliados, habitantes no Moju, em Murtigura, Pacajás e Anapu. No Maranhão, as violências contra os índios eram semelhantes às do Pará. Conseqüência: a 7 de janeiro de 1619, os tupinambás se levantaram em guerra e mataram centenas de “portugueses” (mamelucos). No Pará, o tuxaua Guamiaba (Cabelo de Velha) atacou o Forte do Presépio morrendo em combate já sobre os parapeitos da cidadela. O cacique Pacamão, tuxaua da aldeia do Cumã (Maranhão), começou a guerra que o índio Amaro, levando notícias do Pará, disseminou. Pedro Teixeira, Bento Maciel Parente e os filhos de Jerônimo de Albuquerque promoveram verdadeiras matanças de índios em represália ao levante dos maltratados tupinambás.(josevarellapereira.vilabol.uol.com.br acessado em Fevereiro de  2010)
As campanhas de conquistas aos territórios indígenas os verdadeiros donos das terras contavam com aliados nativos, conquistados por meio da corrupção de chefes tribais que tinham rivalidades com tribos inimigas, mesmo desta maneira os europeus não contavam com total segurança na conquista individual dos Gentios, como pode-se notar no relato de varella á respeito do comportamento do índio Amaro. 
Nos finais de 1616, o índio Tupinambá, de nome civil Amaro, era portador de cartas de Castelo Branco destinadas ao  governador do Maranhão. No caminho abre-as e, fingindo lê-las, diz a todos os  indígenas que os portugueses iriam reduzi-los à escravidão, ao mesmo tempo incitando-os à revolta. Instala-se a rebelião na nação Tupinambá, na extensão do Maranhão até ao Pará.A luta dura anos: os colonos para vingar seus mortos e punir a “ousadia” dos ameríndios; e os índios pretendendo destruir os povoados e exterminar os portugueses. Castelo Branco, vendo que os gentios se aproximavam de Belém pelo rio Guamá, ordena o ataque. Durante o ano de 1617, as lutas continuaram tanto no Pará como no Maranhão.
A luta sangrenta dos Portugueses contra os tupinambás do Maranhão e Para dura seis anos(1616 a 1621) até ser consumado o fato final, o extermínio da nação tupinambá de Cabelo de Velha. Conforme podemos analisar nas entre linhas do  relato de José Varella.
Em 11 de Fevereiro de 1618, dá-se o falecimento de Jerônimo de Albuquerque, ocasião em que as lutas ficaram incontroláveis. O capitão Diogo da Costa Machado destaca militares sob o comando de Bento Maciel Parente para socorrer o Pará com ordens de fazer guerra por terra aos “rebeldes”, operação que durou quatro meses. Enquanto isto, Amaro, o protagonista da rebelião, é encontrado pelos colonos, que o executam, fazendo-o explodir na boca de uma Bombarda.
Em 1619 a revolta indígena se manifesta no ataque ao forte do presépio na sangrenta batalha em que os tupinambás liderados por Guaimiaba (cabelo de velha)fizeram muitas baixas nas tropas lideradas pelo mercenário sanguinário Gaspar Cardoso que além de matarem velhos e crianças violentavam as mulheres das tribos promovendo a desmoralizando a ordem natural da organização tribal das nações tupinambás.Durante a batalha o cacique Guaimiaba (”Cabelo de Velha “) nas terras do Pará

Os índios atacam o Forte do Presépio no dia 7 de Janeiro de 1619. Durante as lutas, mesmo ferido, Gaspar Cardoso acerta um tiro mortal em Guaimiaba, cacique dos Tupinambás, conhecido por “Cabelo de Velha”. Os silvícolas, atemorizados, retiram-se para suas ocas
Para contornar a situação é composta uma Junta Governativa no Estado do Pará no mês de Maio de 1620, com o capitão Custódio Valente, Frei António Mariano de Mercena e capitão Pedro Teixeira.
Como os dois primeiros não puderam cumprir o mandato até ao fim, assumiu Pedro Teixeira as funções de Interventor, cargo que desempenhou até 18 de Junho de 1621, quando foi promovido a capitão-mor.
Em seguida chega a Belém Jerónimo Fragoso de Albuquerque, nomeado capitão-mor do Pará, para assumir o governo. Inicia o combate aos ameríndios. Organiza uma caravana com quatro embarcações de quilha, muitas canoas, cem soldados e grande número de índios amigos. Auto-nomeou-se comandante-chefe e ao mesmo tempo nomeou Pedro Teixeira almirante, e Jerónimo de Albuquerque o “moço” (seu filho), capitão-mor de tropas das canoas. Seguiram rio acima, incendiando aldeias nas localidades de Iguapé, Guanapus e Capary, reduzindo-as cinzas.(josevarellapereira.vilabol.uol.com.br acessado em Fevereiro de  2010)
Os Aruaques Nu- araques eram exímios navegadores.
As aldeias eram formadas por cerca de  quatro casas as dos tupinambás mediam 10 metros de largura por setenta até cento e cinqüenta metro de comprimento. Os utensílios domésticos dos Tupinambás encontrados pelos franceses na época da ocupação do Maranhão pelos mesmos. “ os utensílios de uso domésticos eram poucos e rudimentares, consistiam em rede de dormir tecida em algodão (ini), o banco de sentar de madeira, (apuivave) o pilão (anguá), a mão de pilão, (anguá.uaiare), a cabaça (iá) e as cuias ( cui) que serviam de pratos, tigelas e colheres, sextos de palhas(uru ou caraminguá), pentes (quivapa). Panelas de barro (manipói).

Instrumentros introduzidos pelos franceses: facas (quincés  ), tezouras(pirás), grelhas((bucá), anzóis (pindás)
Armas dos Tupinambás:
Arco de madeira e corda de algodão (uiapara) e A flexa (uive) feita de caniço de um palmo de comprimento, com ponta de madeira, ou osso,  a ponta era recurva, ou de quase meio metro de comprimento, e dois dedos de grossura. ( taguara), usavam também uma clava, ou tacape feita de pau-de – ferro e um escudo de couro (uaracapa), a mussurana
, corda usada para amarrar prisioneiros.
Alimentação a alimentação dos tupinambás da costa norte do Brasil o era feita com caça, peixes, mariscos,. Frutas e raízes, cultivavam em roças; ( có) o milho a mandioca e a macaxeira. De onde extraiam seus derivados, como farinha bolo de massa e outros. Bebiam sucos de caju.(Cajucauim) do milho faziam uma beberagem que chamavam de Avati do uacuri extraiam um óleo doce; do jacarandá faziam o manipoi e uma sopa para as crianças , da mandioca faziam também uma bebida chamada caracu, da macaxeira outra bebida cauim-eté. A farinha destas raízes chamavam iu e caimã do algodão (amaniru) os pés de algodão podavam de seis em seis meses para obter  melhores colheitas: teciam o fio de algodão para fazer as redes de dormir e de pescar, (Puçá)  cordas , ligas e caraJuves. Suas roças eram feitas meia légua de distancia das casas(Taba)  .
Animais domésticos e criações
Criavam Aves como: jaçanã,(arenha), pato(upec), marreca (patuai),rola (picaçu0 e uma espécie de galinhacéo,(uirá- sapuçai, papagaios e periquitos). Domesticavam macacos, e o januaré (cão), que exilavam nas caçadas.
Os franceses e suas relações com os indígenas na costa e na Amazônia brasileira.
Cuidaram os franceses de, iniciando a catequese dos silvícolas, consolidaram a sua amizade, explorando os ressentimentos dos portugueses que conquistando o Brasil, os haviam forçado a emigrar do sul.
Aproveitando das relações com os índios os franceses, faziam reconhecimentos e ocupavam partes do território que pelo tratado de Tordesilhas era por direito dos portugueses.
O Sr. De La Ravardeire dominou por mais de dois anos grande turbas de índios  no Maranhão e no norte do Brasil numa extensão que ia do Maranhão até  Bragança no Estado do Para. Nas regiões dos rios Munim, do Mearim apaziguou índios inimigos tradicionais, reunindo-os a seu favor. Organizou um exercito de índios formando o grosso das tropas que guerrearam contra os portugueses em favor da Franças.
As batalhas dos portugueses contra os índios Tupinambás no Maranhão e Para.
Governo de Jerônimo de Albuquerque 1616- 1618
Gerônimo de Albuquerque Maranhão.
Nasceu em 1548 em Olinda no Estado de Pernambuco Parente dos índios Pernambucanos, Gerônimo de Albuquerque, aprendeu a língua  indígena com sua mãe A Índia M'Uirá Ubi de nome aportuguesado Maria do Espírito  santo, filha do cacique  Mercenário  Uirá Ubi, “Arco Verde” que, já atuava em parceria com o seu pai o Capitão Gerônimo de Albuquerque nas batalhas contra os índios.
Aprendeu a manejar as armas com seu avô materno e seu pai, que atuava sob as ordens da coroa portuguesa na tarefa de subjugar e aniquilar os nativos da terra para se apoderar dos territórios que a corroa portuguesa ambicionava em seu plano bélico de conquistas e obtenção de riquezas no novo mundo.
.Sua primeira atuação destacada ocorreu quando, à frente de uma companhia que lhe foi entregue pelo Capitão-Morde Pernambuco, Manuel Mascarenhas Homem, empreendeu a reconquista da Capitania do Rio grande (atual estado brasileiro do Rio Grande do Norte) - que fora invadida pelos franceses - onde ele viria a fundar a cidade de Natal em 1599). Por conta desse feito, foi-lhe atribuído o título de fidalgo.
Em 9 de janeiro de 1603, foi nomeado Capitão-mor do Rio Grande, em substituição a João Rodrigues Colaço, que o antecedera no cargo. No ano seguinte, concedeu uma Seamaria de 5.000 braças em quadra, aos seus filhos Matias e Antônio de Albuquerque  , em cujas terras logo foi instalado o engenho de cana de Cunhau, que se tornaria o mais importante núcleo econômico da Capitania.
Em 17 de junho de 1614, foi nomeado "capitão da conquista do Maranhão", região que então se achava sob o domínio dos franceses, que nela haviam erigido o forte São Luís [2] e instalado uma colônia – a Fança Equinocial.
Aportou no Maranhão em 26 de outubro de 1614- segundo fontes docimentais(marques) chefiava uma tropa mista de Portugueses e indigenas de minguadas forças minadas pelas molestias penuria e insubordinação.
Combateu de 1616 a 1618 quando entregou o poder a bento maciel parente.

A primeira Batalha.
Em finais de 1616 os tupinambás de Cumã (Guimarães) comandados pelos Índios convertido à cristandade pelos franceses de nome Amaro , iniciaram uma revolta que ao que parece foi o ato que desencadeou a primeira a primeira guerra dos portugueses contra os índios do Maranhão. Amaro dirigiu o assalta ao forte de cumã  na ausência do Capitão – mor Matias de Albuquerque, chefe do forte que era filho  de Jerônimo de Albuquerque, este tinha atendido a um chamado do pai a São Luís, ao retornar teve noticias do ataque, Matias de Albuquerque seguiu em frente e combateu os tupinambás que haviam trucidado todas as sentinelas que se encontravam no forte. A batalha durou alguns meses, até que em 3 de Fevereiro de 1617, os portugueses aniquilaram a primeira revolta.
Governo de Antônio de Albuquerque 1618-1619.
A segunda batalha:
 Amaro conseguiu salvar-se da batalha com Matias de Albuquerque e se embrenhou nas matas entre Cumã e o Gurupi; quando já em 1618 o govenador Antônio de Albuquerque soube que Amaro tinha organizados os tupinambás do Gurupi, e que estes marchavam rumo à cumã, com objetivos de obter vingança pela derrota sofrida no primeiro embate ordenou que o seu irmão o capitão Matias de Albuquerque, enfrentasse os revoltosos; Matias seguiu para Tapuitapera (Alcântara) onde renuiu e armou em 24 de Agosto de 1618, 50 soldados brancos e 600 índios subordinados, que se lançaram contra os índios comandados por amaro, a guerra durou quatro meses. Desta feita os portugueses esmagaram a revolta e aprisionaram Amaro que em seguida fizeram-lhe explodir marrado na boca de um canhão.(MEIRELES 1960).
Governo Geral do Brasil Diogo da costa 1619-1622./
Inicio da guerra final
Com sede em Pernambuco o governo geral do Brasil, o antecessor de Diogo da Costa, D. Luís de Sousa,  havia em 1617 nomeado o capitão Bento Maciel Parente chefe da guerra contra os tupinambás.
Fazendo jus a sua função Bento Maciel Parente em 1619, reuniu 80 soldados e mais quatrocentos índios e voltou de Pernambuco, para o Maranhão investindo  desta vez contra as tribos sediadas nas terras de Tapuitapera (Alcântara). Em sangrenta batalha contando com enorme vantagem em armamentos investiu aniquilando nações inteiras promovendo a matança de mulheres crianças e idosos , empurrando os tupinambás para o centro das florestas na região da Amazônia.
Fontes:
-Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão
Etinologia Povos Indígenas do Maranhão 2010.
-(Rainer Sousa, Equipe Brasil Escola www.brasilescola.com acessado em 19 de Fevereiro2010)
D`ABBEVILLE, CLAUDE,
HISTÓRIA DA MISSÃO DOS PADRES CAPUCHINHOS NA ILHA DO MARANHÃO e Terras circunvizinha.
Livraria Itatiaia editora limitada – Belo Horizonte – BH> 1975.
 D`EVREUX Yves,
VIAGEM AO NORTE DO BRASIL-1613e 1614.
Editora Siciliano- São Paulo 2002
MARQUES, Cezar Augusto
DICIONARIO HISTÓRICO-GEOGRAFICO DA PROVINCIA DOMARANHÃO: Rio de Janeiro Fon-Fon e Seleta1870; reeditado e atualizado Por Jomar Morais na coleção “Documentos maranhenses” em 2009



 Notas
1-branquicéfalo

diz-se do indivíduo cujo crânio, observado de cima, apresenta o diâmetro ântero-posterior pouco maior que o transversal

(Do grego brakhyképhalos, «de cabeça curta»)

2- Brasilidios:
Assim foram chamados os primeiros habitantes das terras do brasil pelos ocidentais
3- Bula Inter coetera:
Expresão em latin que na língua portuguesa significa Entre outros “trabalhos”. Foi a primeira bula do Papa Alexandre VI, editada em 4 de Maio de 1493.