domingo, 1 de julho de 2012

Comunidades Quilombolas do Município de Cururupu no Maranhão.

Aspectos Históricos e sócios econômicos, das comunidades quilombolas do município de Cururupu no Maranhão.


Por Marinelton Cruz

Uma historia que remonta o passado com linhas curiosas e diversas, pela abundância de fatos e curiosidades, que merecem investigação minuciosa. Um longo período se passou sem que qualquer evidência maior fosse detectada do ponto de vista da divulgação do patrimônio que deve ser preservado para dar continuidade à tradição da cultura de um povo que se constituiu a partir da descaracterização de si, um movimento histórico que inverteu os valores humanos em detrimento do desenvolvimento da economia do mercado liberal europeu durante o período colonial, que transformou o ser humano em mercadoria e moeda. Uma a prática social em que um ser humano tem direito de propriedade sobre outro designado por escravo, ao qual é imposta tal condição por meio da força. No Brasil do período colonial os preços dos escravos variavam conforme as condições físicas, habilidades profissionais, sexo, a idade, a procedência e destino.

A escravidão imposta pelos povos do ocidente aos povos do continente africano durante os séculos XVII, XVIII E XIX, significou para a Europa a manutenção do domino imperial sobre o resto do mundo. O progresso a prosperidade e a decadência de uma casta imperial sacrificaram e desestruturaram vários povos e tradições.
 O Brasil foi destino destes povos que foram trazidos trancafiados em porões de navios pelo trafico, em negociatas lucrativas, determinantes para continuar o processo escravista que durou quase quatro séculos.

Com o fim da escravidão diversas nações desestruturadas nos campos e fazendas, construíram forma de sobrevivência, conforme as condições de cada local, meio ambiente e social. A miscigenação entre povos indígenas, africanos e europeus, fundamentou uma cultura especifica e diversificada, quando se trata das muitas microrregiões do Brasil.
No Maranhão este processo análogo ao geral, com suas particularidades apresenta um cenário amplo que vem sendo investigado por diversos setores dedicados à busca de esclarecimentos conforme interesses de cada setor da sociedade.

No Município de Cururupu/MA, existe um patrimônio cultural estacionário em varias comunidades remanescente de populações tradicionais: negros, índios e mestiços; com predominância eminentemente negra. Cada comunidade possui sua singularidade conforme o sistema cognitivo específico construído durante o período relativo ao desenvolvimento da nova cultura.

Este setor esta situado na Amazônia legal: possui exuberantes campos, rios e uma mata castigada pela devastação originada na falta de educação e meios tecnológicos para a população do meio rural. A tradicional roça no toco é o elemento principal na deterioração da mata nativa. Ainda nesta região, encontramos antigas fazendas de escravos hoje habitadas por remanescente de quilombolas, assim como sítios arqueológicos identificando vestígios de antigas civilizações.

As comunidades atuais da zona rural do Município de Cururupu, tiveram origem na ocupação das antigas terras de propriedades dos fazendeiros que vieram do Município de Guimarães durante o processo de expansão da ocupação do território no Litoral ocidental do Maranhão no século XVIII. As mais antigas começaram no local das fazendas de plantação de cana de açúcar.      
  Os primeiros fazendeiros trouxeram a mão de obra escrava. O fim da escravidão e a falência do sistema financeiro colonial baseado extrativismo e manipulação da cana de açúcar,  fez com que os antigos barões da região migrassem pra outras atividades e abandonassem aos antigos escravos ou seus descendentes; filhos dos senhores de engenhos com suas escravas, em muitos casos os senhores que não podiam assumir a paternidade dos filhos oriundos desde laços, quando estes completavam a maior idade destinavam uma porção das terras  e alguns escravos para que estes começassem  como proprietário de terras e donos de escravos. Este movimento e o abandono das fazendas originou a maioria das comunidades Quilombolas.


As comunidades Quilombolas legalmente constituídas no Município de Cururupu apresentam características no modo de produção e necessidades muito parecidas. O sistema primitivo de produção permanece estacionário a desde os primórdios; a agricultura  baseada na derrubada da mata e queima da vegetação para fazer a roça; há muito já enfraqueceu o solo. 




A cultura que ainda resiste sob este sistema é a da mandioca, que não oferece uma produção adequada para abastecer as comunidades conforme as necessidades de subsistência de cada família.

 A caça e a pesca que poderiam fornecer um complemento na alimentação das famílias não podem ser desenvolvidas plenamente: a caça é proibida e já não existe em abundância, devido a grande devastação das matas e suas consequências nas áreas, não só, dos quilombolas mais em todo o entorno destas; as nascentes morrem assoreadas e a pesca nos riachos encontra-se em franca decadência.

A criação de animais é insuficiente, por falta de orientação e introdução de novas tecnologias.
Sinais começam a aparecer com a introdução da agricultura familiar que ainda tímida começa a despontar em comunidades como: Tapera de Baixo e Fortaleza dos pretos
COMUNIDADE QUILOMBOLA “ALTO BRASIL/BOA VISTA
Historia

No local que é conhecido como sitio Alto Brasil, há indicio de ter habitado ou trabalhado uma nação indígena muito antes da ocupação dos descendentes de africanos, em 2008 foram encontrados de posse dos moradores da comunidade, instrumentos de trabalho identificados como material usado pelos índios que habitavam as terras que pertenciam a área do município de Cururupu durante o período Histórico no inicio do século XVII, quando os governos do Maranhão de: Jerônimo de Albuquerque e Bento Marcial Parente; empreenderam as entradas de Reconhecimento e Consequente expulsão dos indígenas que habitavam toda a região.
 A povoação da atual comunidade tem inicio durante o período de desmembração da Fazenda Aliança de propriedade do senhor de Escravos Manuel Ribeiro da Cruz durante o período pré-abolocionista, quando Fazendeiro investia na produção de Farinha branca de mandioca com destino a exportação.
No sitio Alto Brasil, Senhor Alexandre Ribeiro Jovem morador do sitio “Boa Vista” ao Casar-se, segundo o depoimento de seu neto em 2008, Sandoval Ribeiro de 77 anos, adquiriu por meio de compra, as terras que atualmente compõem o território do sitio Alto Brasil.

Na época  Alexandre Ribeiro construiu um moinho de mandioca movido por meio de uma engenhosa maquinaria  movida por animais: quatro bois de carga giravam uma roda de madeira que dava tração a uma engrenagem desenvolvida para triturar raízes de mandioca que formava a massa para ser utilizada nos derivados da mandioca: a farinha seca, tapioca e o tucupi.
Atualmente o sitio Alto Brasil é de propriedade de quatro Herdeiros de Alexandre Ribeiro.
Meio Ambiente
As condições ambientais do Sitio São favoráveis para o cultivo Agro Pastoril, possui bastante água e terra fértil, com quatro nascentes no seu interior e mata ciliar que estão sendo desmatadas para fim de cultivo da mandioca causando o desequilíbrio das fontes que tornam o local portador de grande biodiversidade.
Nos bosque que rodeiam as fontes, existem uma vegetação formada por Buritizais, Juçarais, Andirobeiras, Guananins Urucurans, Camaçaris, tamanqueiros e outras espécies típicas dos alagados da zona tropical maranhense.
Produção
O plantio da mandioca consorciado com o milho e às vezes Feijão, melancia e maxixe. Nos Quintais Plantam em pequena escala: limão e laranja.
Cultura
A religião é o catolicismo, o santo padroeiro é São Benedito festejado durante o mês de Setembro; Bumba-meu-boi de zabumba, Tambor de Crioula que se manifestam durante os festejos de São João.
O sitio pode ser identificado como Sitio Arqueológico pois Possui características em arqueologia Histórica e pré-histórica.
Comunidade  de FORTALEZA DOS PRETOS
História

A atual comunidade de Fortaleza tem origem no Sitio da Família dos Cunhas De  propriedade do Senhor  Zé Cunha que herdou as terras das Dona Maria das Dores Sua Mãe.
Segundo a Dona Estelita da Costa Monteiro, com 66 anos, que em 2008 morava a 51 anos em Fortaleza dos Pretos, o primeiro nome da comunidade consta ter sido Fortaleza, passando tempos depois para Fortaleza dos cunhas e em 2005, para efeito de desapropriação e ser transformada em terras de quilombo, foi registrada como Fortaleza dos Pretos.
O Senhor Lidujero Prado de 80 anos que chegou em Fortaleza em  1977, vindo da vinha comunidade de Tapera, afirma que sua família é a maior família de um universo de cerca de cinquenta residências. Na comunidade não tem culto  regular católico , sem a presença de igrejas, a referencia cristã na comunidade é uma cruz de pau enfiada no centro da comunidade. A manifestação religiosa mais importante são os festejos de São Sebastião, o padroeiro da comunidade que acontece em Janeiro. A manifestação cultural mais significante é o tambor de crioula que celebra as festas do local.
No local da ultima casa dos Cunhas na atualidade deste texto reside o Senhor  Juaci da Costa filho de criação e afilhado de Bernardino Cunha filho de Zé Cunha.
A principal atividade agrícola é a produção de farinha de mandioca resultante do plantio da mesma. Os relatos dão conta de que a maior produção sempre teve relacionado ao plantio da Mandioca ou seja: a farinha na época de Zé Cunha o plantio era intenso sendo o Senhor cunha proprietário das terras que diária a trabalhadores e aforava parte das terras e terceiros; possuía moedor de mandioca com tração animal o chamada roda de boi e casa de farinha equipada com  grandes fornos. Zé Cunha possuía currais de pesca da onde este extrHá registro oral de ter sido encontrado pedra de corisco ou pedra de trovão pelos moradores em áreas que lavram a terra: poço de Paulo é uma localidade desta.
Comunidade de COMUNIDADE DE ENTRE RIOS
História





A comunidade Entre Rios é um povoado do Município de Cururupu no Estado do Maranhão que esta localizada há 18 Km de distancia da sede do Município. Entre curvas do Rio Uru-Mirim e uma nascente que desemboca no Uru-Mirim na altura central do rio, na Comunidade. O nome tem origem na localização, na margem do Rio. Contam os moradores descendentes da matriarca Fundadora do povoado, Vicência Ribeiro que segundo sua tataraneta, Zesuita Santos Ribeiro de 56 anos em 2008: Vicência Ribeiro Era negra Escrava fugitiva de uma Fazenda em Guimarães.
Conforme o relato de Zesuita, a velha escrava residia em uma localidade nas matas de Guimarães por nome entre rios, parecida com esta localidade que Vicência  encontrou durante a fuga que talvez tenha ocorrido depois de seu antigo esconderijo ser descoberto em Guimarães.
A ultima filha de Vicência Ribeiro, dona  Cecília Ribeiro, que nasceu em 13 de Maio de 1888  na comunidade Entre Rios dia da proclamação da lei áurea e faleceu em no dia 14 de agosto de 1968 com 80 anos.
Na mata  da região da comunidade em 2008 estão os vestígios em  ruínas que indicam de antigos modos de produção e uma relação de trabalho primitiva baseada na escravidão. As ruínas do engenho a tração animal conhecido no período entre a segunda metade do século XIX e a primeira metade do século XX, como Moinho de Roda de boi que utilizado na produção de farinhas de mandioca: neste mesmo período toda a região produziam  a farinha seca grossa com objetivos de exportação, assim  como a farinha d`água para o próprio sustento, ainda outros produtos derivados com: tapioca de bolo e tapioca de goma e ainda um tal de farinhão ( farinha de grossos caroços) para consumo na forma de ração para animais.
È uma comunidade Quilombola com uma Característica Histórica  que se diferencia da maioria  de Cururupu, que tem na coletividade da terra a pose por meio da herança  dos descendentes de antigos donos: filhos bastardos doa senhores de engenho que procriavam com suas escravas e em determinado momento quando este já estavam adultos os pais os casavam e lhes davam terras com escravos para começarem a vida independentes da família principal do senhor seu pai e proprietário, diferente deste aspecto Entre Rios se constitui como terra de preto fugido, conforme o modelo declarado pelos descendentes da matriarca fundadora da comunidade: dona Vicência Ribeiro.
Ambiente:


O Rio Uru Mirim corta as terras da comunidade recebendo águas de varias nascentes, no percurso das margens dos rios e nascente encontramos uma vegetação composta por; Juçaral, Buritizal, cipós e arvores brancas características deste tipo de Bioma: esta vegetação resume-se em uma estreita faixa ao Longo do rio, que já perdeu a mata ciliar por conta do desmatamento  feito ou para plantar as culturas do local ou para fazer os quintais das casa que são construídas seguindo a facilidade de Água para a utilização domestica; já que nas parte mais baixas próximas da margem do rio a água brota mais rasa nas cacimbas que são abertas para o abastecimento domestico.
Os animais nativos da mata estão em extinção juntamente com a mesma facilidade e rapidez que a descaracterização tradicional  da antes utilização dos recurso naturais e mudanças nos costumes da Juventude que outrora baseava-se em praticas rústicas de exploração das terras por meio da lavoura para ingressaram num mundo propagandeado pelos meios de comunicação que fomentam a vida nas cidades como meio desenvolvimento e consumo necessário para a existência da vida na atualidade sem levar em consideração as particularidades e vocação de cada localidade.
Auto sustentabilidade
A utilização racional dos recursos naturais em Entre Rios: passa por rigoroso processo de educação da população, que deve estar encerada no atual processo de desenvolvimento estratégico proposto pelo governo do Brasil no Período Lula. O que se destaca conforme a vocação da comunidade o Cultivo da Agricultura consorciada e a piscicultura levando em consideração em primeira estância o cultivo dos animais nativos da região onde se destacam: o camarão Lagostim, a traíra a acará e o jeju.
Patrimônio Cultural
Considera-se patrimônio cultural em Entre rios, as tradições festivas e comemorativas: como os festejos de São Benedito, que é padroeiro da comunidade, o bumba Meu boi de Costa de mão de Entre Rios, o próprio trabalho baseado na exploração dos recursos da terra utilizando  métodos rudimentares  como a queimada, para o plantio, o apodrecimento da matéria prima, para o preparo da farinha, o transporte de carga  secular a tração animal O Carro de Boi, e as próprias moradias construídas com material retirados do próprio ambiente sem a introdução de tecnologias da arquitetura moderna ou seja: a s casa são construídas com madeira , barro e cobertas com fibra da palha extraída do olho da palmeira de babaçu.
A comunidade possui um acervo em estado de desaparecimento formado pelas ruínas do antigo engenho de roda de Boi. Além disso, foram encontrados em pose de dona Zesuita Santos Ribeiro, um instrumento em Forma de machadinha que o Centro de Pesquisa em Arqueologia e História Natural do Maranhão, identificou como uma ferramenta de trabalho indígena da época da pedra polida, o que indica que na região de Entre Rios Habitavam uma civilização primitiva que não conheciam ou dominavam as tecnologias da era do metal.
Sistema vocacional
As terras são, próprias para o plantio consorciados de muitas culturas, que já foram postas a prova na produção local, o cultivo de animais aquáticos se constitui numa vocação primordial nas margens do rio Urumirim, na parte que atravessa as terras da comunidade.
O turismo rústico ou rural tem varias opções de modalidades para ser praticado tanto na comunidade como em parcerias com outras comunidades da localidade: trilhas a pé ou de Bike ou de motocross ou passeios utilizando Carros de bois.
 Durante os festejos as manifestações culturais e a culinária obedecem um ritual a parte.  A carne de gado preparada nos fogões de “tacuruba” ( pedras que servem para equilibrar  as panelas no fogão de chão) oferecem um sabor singular.
Infra-Estrutura
O acesso para a comunidade é por meio de estrada de chão conservada pelo poder publico municipal, possui energia elétrica do programa federal Luz para todos, não possui Escolas do Ensino fundamental e Médio, porem  a Prefeitura disponibiliza o transporte escolar para os estudantes  dos dois períodos.
Comunidade de SANTA RITA DOS PINTOS

História
A Comunidade de Santa Rita dos Pintos tem origem em uma parte das terras de Manuel do Nascimento Pinto. Manuel do nascimento pinto chegou em Cururupu vindo do vizinho município de Guimarães que nesta época provavelmente Cururupu  deveria de certo ainda ser distrito de Guimarães, já que dona Rosaria Pinto Chaves com 88 anos em 2009, sua bisneta nasceu em 1921 no sitio Santa Rita que prestou as informações para o inicio da documentação textual da Historia de Origem da comunidade.
A Área da antiga Fortaleza dos pintos corresponde o que é Hoje (em 2009) a região das comunidades de Fortaleza, Rio Branco e Nazaré.
Segundo dona rosaria o Manuel seu bisavô era português proprietário de escravos, este se identificava como juiz de direito. Pelos relatos dos atuais herdeiros das terras o Manuel trouxe seus escravos de Guimarães.
A comunidade apresenta fortes laços com uma comunidade tribal indígena da região, a própria Senhora Rosaria Pinto chaves é neta de uma índia que foi capturada na mata quando ainda era criança, foi batizada com o nome de Índia Jacinta, quando jacinta cresceu casou com de Manuel o Zeca Pinto, que na época quando a índia foi posta em cativeiro, Zeca Pinto era menino os dois cresceram junto ao atingirem a maior idade casaram-se.
Quando dona Rosaria nasceu em 1921 as atividades com o moinho de tração animal chamado na região de roda de boi usado principalmente para a produção de farinha de mandioca representava uma organização do trabalho mais avançado do que nos dias atuais, o trabalho em serie produzia produtos da mandioca para o consumo da comunidade, para o mercado no município e parta exportação.
 O Nome original da comunidade era Fazenda Santa Rita. Segundo Arlene Pinto Chaves (Nedica) que nasceu em Santa Rita dos Pintos em 1944, filha de Rosaria Pinto por volta de 1954, quando NEDICA que em 2009 tem 65 anos, tinha dez anos a produção da fazenda era Farinha branca de mandioca, feijão melancia, maxixe e gergelim, na época de dona Rosário a produção era escoada para um grande armazém que existia nas margens do rio Cururupu na sede da cidade de Cururupu de onde sai para revenda em São Luís e outras praças, ainda segundo os descendentes de Manuel do Nascimento Pinto em certa época, a Vizinha Fazenda Aliança negociava com os produtos de Santa Rita principalmente a Farinha Branca de mandioca e o gergelim.
Santa Rita dos Pintos fica a 17 Km da cidade de Cururupu. Estrada  de chão cortada por dois rios e pequenos lagos, que na estação chuvosa o acesso fica  dificultoso. Na atualidade possui energia elétrica conta com uma escola municipal, transporte Escolar regular, estrada de chão que favorecerá o futuro escoamento da produção que é feita atualmente por meio de carro de bois e d20.
As 35 famílias da comunidade formam um total de 105 pessoas residentes (55 Homens e 50 mulheres, destes, 50 são crianças e adolescentes) não possui posto medico.
Agricultura Familiar:
Mandioca, milho feijão e arroz. Produto principal comercializado: Farinha de mandioca.
AMBIENTE
A terra ficou pobre devido aos efeitos das queimadas para fazer roças ao longo de mais de um século, a antiga mata foi substituída por capoeiras improdutivas; possui um rio rente a comunidade que favorece o cultivo de organismos aquáticos, a comunidade cultiva porcos em conflitos com os donos das pequenas roças de mandioca, que segundo os próprios comunitários as roças de hoje não dão lucro é muito trabalho e pouca produção devido à pobreza do solo.

Comunidade de MANO SANTO

A comunidade de Mano Santo tem seu nome ligado ao antigo morador chamado Manoel santo que viveu por muito tempo na comunidade de tornando-se influente na localidade que herdou seu nome.
Manuel Azevedo Lopes, com 74 anos em 2009, chegou a Mano Santo em 1965 o local do antigo sitio pertencia ao Senhor Valentin Silva Ribeiro, sendo que na época quer valentin adquiriu as terras o antigo dono já havia falecido de muito tempo, tempo que Manuel Azevedo Não soube precisar, sendo que na data da entrevista não havia nenhum descendente de Valentin na comunidade.
Contam ainda os moradores que as terras que pertencem a mano Santo, Macaco, Roça de Baixo, Vinagreira e Rio Formoso formavam a propriedade de  Senhora de escravos conhecida pelo nome de Joventina consta também nos relatos que Joventina era solteira e administrava a fazenda com auxilio de duas filhas ,Maria e Marcelina.
O Local da  Fazenda de Escravos está localizado no Sitio Cumom, onde funcionou por muito tempo o engenho de tração animal,  conhecido como  roda de bois.
 Comunidade de RUMO
A comunidade de rumo localiza-se na região que este estudo caracteriza como: zona rural central do município de Cururupu; porem com uma característica que a diferencia das demais: possuí uma população ainda que em menor escala, de trabalhadores que também se ocupam da pesca artesanal de subsistência, na grande sua maioria, a atividade da pesca, serve apenas para complementar a deita do trabalhador ocupado na lavoura.
A comunidade esta situada na estrada que leve seu nome, na altura em que bifurca para Cocal e Maracujatiúa/Tapera de Baixo e adjacências. A área que compreende a antiga propriedade da fazenda Aliança.
O nome Rumo tem origem: na expansão territorial da ocupação da propriedade original da família Ribeiro da Cruz, durante o século XIX, quando a ocupação da região tomou um rumo para dentro, atingindo áreas virgens a partir da primeira povoação da terras de Aliança.
 A propriedade atual pertence aos descendentes de quatro familiais que vieram tempos maias tarde após as primeiras entradas, e adquiriram terras por meio de compras dos antigos proprietários, que se desfizeram vendendo partes das terras para diversas Familias, que se aventuravam pela região. Os atuais membros das famílias dos: Britos, dos Mirandas, dos Mendes e dos Mafras dividem a área da comunidade.
SISTEMA PRODUTIVO
A lavoura principalmente o plantio da mandioca, é a atividade produtiva principal, a mandioca é a matéria prima da farinha d água, consumida largamente pelos maranhenses.
DADOS POPULACIONAL
 A Comunidade tem atualmente, (2010) 93 Famílias, totalizando uma população de mais de 500 pessoas.
AMBIENTE.
A terra está empobrecida pela prática do roçado e das queimadas, para a realização da roça na cinza, herdada da tradição indígena. O desmatamento para fins de extração de madeira, tanto para a utilização nas serrarias como; para servir de combustível nas olarias do vizinho Município de Mirinzal, somam pragas, que danificam o sistema ambiental , não só da comunidade mais de toda a região.
 O Rio Cruz que tem uma estória para o nome que possui, sofre com o desmatamento de sua mata ciliar. O Rio Cruz conta José Maria  Mafra Pinheiro, de 48 anos residente na comunidade: que o nome deste rio tem origem nos efeitos da seca nordestina de 1872, quando uma leva de colonos cearenses foram introduzidos no município de Cururupu. Em fuga  da assolação que se abatia no sertão do Ceará naquela época, duas matriarcas ao passarem pela margem do rio avista de tanta água ajoelharam-se e começaram a beber água colhendo com as conchas das mãos, ao saciarem a sede, ajoelhadas como estavam, elevaram as mãos para o cima e em agradecimento a Deus, rezaram fazendo o sinal da cruz. Dai em diante naquele lugar, o rio passou a ser chamado de rio Cruz.

VESTÍGIOS
No local onde se ergue na beira da estrada uma frondosa mangueira de coloração desbotada com manchas brancas, é uma arvore centenária esta  fica localizada na tapera da morada de dona Benedita Moreira que morreu com 120 anos, há cerca de 100 anos atrás, segundo  seu neto com 79 anos em 2010...
INFRA-ESTRUTURA
Na comunidade tem uma escola do ensino fundamental, energia elétrica, e transporte escolar

FAZENDA ALIANÇA

História




Em 1884 Manoel Braga Ribeiro da Cruz, Filho Único de do senhor de engenho, José Ribeiro da Cruz proprietário da Fazenda São Tomé(Ribeiro 2008). Aos 22 anos Manoel Braga iniciou o processo de transformação de uma iniciativa pioneira no Maranhão, que veio a se tornar uma das mais prósperas indústrias da cana de açúcar no Brasil durante o período entre 1886 a 1965. O Coronel “Manduca Ribeiro” como Viera a se chamar popularmente, conduziu com grande habilidade a transformação de um engenho rústico da sua  propriedade em um sofisticado sistema industrial, movida a vapor onde incluiu inclusive a mudança do curso de um afluente do rio Uru-Mirim, fazendo com que este fosse desviado de seu curso normal a braço de homem, por mais de dois quilômetros por dentro da propriedade para dar vazão a força d`água que gerou a energia necessária para dar rotação as maquinas do engenho movidas a vapor, durante o processo de escavação do rio: o Coronel comandou o aprofundamento do mesmo na região que este encontra-se com o manguezal para fazer um porto que serviu por quase um século para escoar não os produtos da fazenda aliança, mais também o que era produzido nas propriedades das imediações, pois o industrial se dedicava ao comercio na região chegando e ser o maior e mais prospero comerciante de Cururupu, que inclusive, era responsável pela introdução dos produtos como:fundos de fornos paras torrar farinha; ferramentas; utensílios  e bens domésticos duráveis, assim como o Gado e cavalos.
A capacidade tecnológica introduzida por “Manduca Ribeiro”  na produção de derivados da cana de açúcar como: o açúcar mascavo e a cachaça ALIANÇA que alcançou o  mercado externo, trouxeram o reconhecimento nacional na imprensa maranhense;
“ O  Município de Cururupu, no litoral Norte, e o maior produtor de açúcar em todo estado do maranhão, por esta ali situada a vasta e mais bem aparelhada fabrica do importante produto, em terras maranhenses. Trata-se da Usina Aliança uma realização de iniciativa privada, que é um orgulho para o maranhão, e que produz açúcar de qualidade superior, capaz de rivalizar com o melhor que se fabrica em todo o pais”. ( Álbum do Maranhão, 1951, In Ribeiro 2008)
MOINHO DE ENGENHO.            
Tinha por tradição o Coronel Manoel Ribeiro da Cruz (Manduca Ribeiro)
não fazer uso da mão de obra produtiva nos dias de Santa Luzia (13 de Dezembro) na Fazenda Aliança. Certa vez Manduca Ribeiro viajou para São Luis e seu capataz autorizou o trabalho oficial no dia de Santa Luzia: neste dia aconteceu um acidente com explosão de uma caldeira que matou 5 pessoas e feriu mais de uma dezena de pessoas.
Diz a Lenda que a partir daí começou o declínio da fazenda. Um fato Curioso que passou a ocorrer no local depois desta fatalidade, foi que a morte começou a acontecer em serie na comunidade de Aliança: quando morria um sempre vinha outras mortes em seguida.
 Em 1924  existia um regime de trabalho infantil que pagava dez tostão por meio dia de trabalho para cada criança no restante do dia a criança estudava na escola da comunidade mantida com recursos do coronel Manduca Ribeiro. A educação infanto-juvenil era  obrigatória.

O coronel começou construindo sua fortuna nas terás que herdará no Município de Cururupu. Os prédios como a atual casa paroquial e a Maioria das construções no centro foram obras do Coronel Manduca Ribeiro.
Em seguida este se transferiu para as margens do,rio Baia no local da atual ruína da casa grande da  Fazenda Aliança, de lá o Coronel passou a administrar todo a região que é na atualidade o Município de Cururupu.
Odorico Almeida foi o Capataz do Curral Grande Da Fazenda: Paulo Avelar e João Zeca, eram os encarregados da Loja grande que distribuía  gêneros para Cururupu e Mercados adjacentes. Manduca mantinha o mercado inclusive com Animais, que eram trazidos de outras praças como Parnaíba São Luis, Para e outros mais distante.
O MACACO DE FERRO.
Havia por volta de 1930 na Fazenda Aliança uma inovação tecnológica  representada num Robô de ferro em forma de macaco, que funcionava num corredor de trilho carregando lenha para dentro da fornalha da caldeira, o macaco leva braçadas de lenha e também qualquer coisa que estivesse ao alcance de seus braços.
Contam os moradores mais antigos que certa vez um boi velho que não era mais utilizado nos serviços de carga da Fazenda, o mesmo costuma pastar solto pela arredores dos engenho: um dia passava pela frente do monte de madeira no momento em que o Robô ia pegar uma braçada e abraçou o boi, levando-o e o lançando  vivo na enorme caldeira.






Um comentário:

  1. sou do ceara mas meu avo era dai da família Goncalves, gostaria de saber se tenho parentes

    ResponderExcluir